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Zona da Mata pode produzir bioquerosene

17 de Julho de 2019

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A Plataforma de Bioquerosene e Renováveis da Zona da Mata deve ganhar a primeira fazenda modelo em breve. A Prefeitura de Juiz de Fora já prepara licitação para a administração da chamada Unidade Técnica de Demonstração (UTD) e espera que o projeto saia do papel ainda neste exercício.

O avanço ocorre cinco anos depois de o governo de Minas Gerais ter assinado memorando com diferentes instituições visando o desenvolvimento e a consolidação de uma cadeia produtiva de bioquerosene para o setor de aviação civil.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária de Juiz de Fora, Rômulo Veiga, a plataforma a ser desenvolvida na Zona da Mata foi lançada oficialmente no ano passado e está ancorada principalmente no biocombustível produzido a partir da palmeira macaúba. Segundo ele, o potencial é grande.

“Durante o mapeamento de áreas para o plantio foram identificados 130 mil hectares só na Zona da Mata. Tendo por base os 66 mil hectares que devem ser trabalhados, inicialmente, a expectativa é que, em dez anos, seja possível produzir 230 milhões de litros de combustível”, estimou.

Em relação à fazenda modelo, Veiga explicou que serão testados quatro tipos de plantio para atender as demandas locais e apoiar as pesquisas do bioquerosene, visando à aprovação das tecnologias pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A ideia é comprovar o mercado e o plantio, com o cultivo inicial de três hectares no total. Além da macaúba, a meta é consorciar o plantio com cultivos sazonais, como o feijão e a banana, seguindo a diretriz de aproveitamento do terreno também para produção alimentar.

“As UTDs, além de criarem uma metodologia de plantio, permitem formar multiplicadores capazes de prestar assistência técnica aos produtores interessados”, ressaltou.

A Prefeitura pretende subsidiar o plantio da macaúba e existe ainda a meta de captar apoiadores para auxiliar no custeio do alimento consorciado, seja no plantio ou na venda futura.

Longo prazo – O secretário lembrou, porém, que se trata de um projeto de “longuíssimo prazo”. Para se ter uma ideia, a primeira safra da macaúba, capaz de produzir óleo para biorrefino ou matéria-prima para as indústrias de alimentação e cosméticos, é de cinco anos. Em dois anos, no entanto, é possível contar com os créditos de carbono, quando a planta começa a sequestrar os carbonos do ambiente.

Por isso, conforme Veiga, nesta primeira etapa, serão priorizadas áreas de recarga hídrica e pastagens degradadas da região, visando ganhos mais rápidos e rentáveis. A iniciativa busca o plantio de macaúba nestes locais, como forma de recuperação de nascentes, levando em conta que a palmeira tem como característica a fixação de água no solo e é nativa da região. Por outro lado, a produção será encaminhada para a produção do biocombustível, criando ainda alternativa de renda ao pequeno produtor rural.

Fonte: Diário do Comércio – 17/7

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