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Zona da Mata de Pernambuco sofre com a seca e safra de cana cai

15 de Dezembro de 2016

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A seca na cana-norte que atinge as regiões do sertão e do agreste pernambucano chegou na Zona da Mata do Estado. Não chove na região desde junho e, com isso, os canaviais, principal fonte de renda e empregos da região, sentiram os efeitos da drástica estiagem, sobretudo na Mata Norte com um déficit hídrico ainda maior. Com isso, houve redução de safra e usinas terão de antecipar o fim da moagem.

As primeiras usinas a encerrarem a moagem por conta da seca foram a Coaf, antiga Cruangi, e a Laranjeiras, em Vivência, as duas na Zona da Mata Norte. A previsão era moer 450 mil toneladas de cana até janeiro de 2017, mas a usina da Coaf encerrou a moagem da safra com somente 344 mil toneladas colhidas.

A escassez de água levou a usina Coaf parar a moagem mais de 30 dias antes do previsto e com um déficit produtivo de mais de 100 mil toneladas. Embora a unidade industrial tenha aumentado em 18% a moagem em comparação a 2015, houve a frustração frente à previsão de 450 mil toneladas para esta safra.

Com a safra menor em função da seca, o impacto será sentido também nos milhares de postos de trabalho que a reabertura da usina trouxe para o Estado. Haverá demissões antecipadas por falta de cana - não só na usina, mas nos canaviais dos 700 produtores cooperados que arrendaram a unidade.

Com isso, serão 250 demissões de funcionários na Coaf, restando só 70 – responsáveis pelo apontamento de equipamentos, a fim de deixá-los adequados para a fabricação de etanol da próxima safra, como também de açúcar. No campo, o número de demissão será bem superior. Serão desligados mais de 2 mil trabalhadores nos canaviais do fornecedores cooperativados da Coaf. A previsão é de que parte deles voltam quando as chuvas retornarem, a fim de realizem os tratos culturais do canavial.

“O governo federal precisa e deve socorrer a Zona da Mata, sob pena de mais prejuízos à sua população e uma maior frustração de receitas com o enfraquecimento da cadeia produtiva da cana frente à estiagem, e, consequentemente, um significativo reflexo negativo sobre o PIB do Estado”, ressalta o presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de PE (AFCP), Alexandre Andrade Lima. Ele pleiteia dos governos que haja a implantação de políticas públicas em irrigação na região.

(Fonte: Redação Nordeste Rural – 15/12)

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