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Usinas da Índia devem ter ‘farta safra’ de açúcar, aponta INTL FCStone

08 de Abril de 2019

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Ao invés da forte redução que era esperada na fabricação de açúcar, é possível que usinas indianas registrem outra farta safra em 2018/19. Esse contexto é guiado pelos dois principais estados produtores do país asiático: Uttar Pradesh e Maharashtra, avalia a INTL FCStone em nova revisão de safra divulgada para o mercado sucroenergético.

Segundo a consultoria, a disponibilidade global de açúcar no ciclo corrente deve continuar apresentando queda em relação ao anterior, mas a fabricação do adoçante na Índia deve, novamente, surpreender o mercado, limitando o aperto no balanço de oferta e demanda.

De acordo com os novos cálculos, o déficit mundial produtivo de 2018/19 deve se consolidar em 0,3 milhão de toneladas (valor bruto) de açúcar, contra 0,7 milhão de toneladas, divulgado em janeiro/19 pelo grupo.

A produção total deve atingir 185,7 milhões de toneladas (valor bruto), crescimento de 0,4% em relação à revisão de janeiro, mas 3,3% abaixo de 2017/18. A projeção de consumo de açúcar é de 186,0 milhões de toneladas (valor bruto), 1,2% acima do ciclo anterior.

Peso sobre as perspectivas

No Brasil, o fraco desempenho das cotações do açúcar em relação ao petróleo voltou a pesar sobre as perspectivas de fabricação do adoçante. Nos últimos dois meses, a valorização do açúcar no mercado internacional ocorreu de forma mais tímida do que esperado anteriormente.

Durante grande parte deste período, o contrato contínuo do #11 oscilou entre os US¢ 12,50/lb e os US¢ 13/lb; enquanto o petróleo se valorizou em mais de 30% no mercado internacional desde o começo do ano.

Este cenário manteve a atratividade da produção de etanol por unidades produtoras do cinturão canavieiro brasileiro – cuja remuneração equivalente ficou acima do açúcar durante grande parte de 2019. Neste sentido, a INTL FCStone considera que o mix produtivo das usinas será mais alcooleiro do que era previamente estimado em 2019.

Dada a flexibilidade industrial das unidades sucroalcooleiras do Brasil, torna-se necessário destacar que a dinâmica de preço açúcar/etanol pode rapidamente se alterar – modificando, assim, o mix produtivo das empresas.

“Caso o açúcar consiga registrar valorização expressiva nos próximos meses, é possível que o Centro-Sul amplie a disponibilidade global de adoçante, sustentando o balanço de oferta e demanda”, aponta Costa.

Jornal da Cana - 08/04/2019

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