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Usina em instalação no Amapá propõe ao mercado etanol à base de batata-doce

14 de Agosto de 2018

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Um projeto que propõe usar a batata-doce para produzir etanol está sendo implantado este ano no Amapá. A iniciativa é feita na primeira fazenda de produção do vegetal em larga escala do estado, instalada há cerca de 5 anos no município de Itaubal, a 110 quilômetros de Macapá, e é acompanhada pela Agência de Desenvolvimento Econômico do Amapá (Agência Amapá).

Investimento do agricultor catarinense Gilberto Miotto, os objetivos dele são grandes quanto à produção do biocombustível: ele quer montar a primeira usina de produção de etanol no estado a partir da batata-doce. A previsão é que a atividade industrial esteja funcionando até maio de 2019.

“Eu queria fazer álcool de arroz, para depois plantar soja, daí fui contratar o estudo e me convenceram da batata. Vi que a batata era mais rentável”, falou Miotto.

A rentabilidade também está nos custos de produção, que são 40% menores em comparação a outras culturas, como o milho, por exemplo. Além disso, os ciclos de colheita são mais curtos, entre 3 e 8 meses, dependendo do tipo de batata. A fazenda em Itaubal trabalha com 6 variedades do vegetal.

De acordo com o agricultor, cada variedade de batata-doce tem uma concentração de amido diferente, e o amido é a matéria-prima para a produção do etanol. Por isso, dependendo da variedade dá para produzir até 200 litros de combustível com uma tonelada colhida. A massa que sobra, cerca de 450 quilos, pode ser usada como ração para animais.

Pelos estudos encomendados, o cultivo deve alcançar 220 hectares de área plantada com uma colheita em média de 60 toneladas por dia.

“Ela vai produzir 10 mil litros de álcool por dia e, se tratar bois, 3 mil bois e se for porco, 10 mil quilos de porco por dia”, descreveu o agricultor.

A usina de biocombustível tem um custo de R$ 4 milhões. A Agência Amapá, que acompanha o projeto, é um setor do governo responsável pela interlocução com o empresariado. O objetivo é destravar trâmites burocráticos e ajudar a captar investidores e recursos para o negócio.

As primeiras conversas foram feitas com as instituições de apoio rural e de pesquisa. Além de garantir que o Amapá entre na rota do etanol, a produção da batata-doce ainda tem o potencial comestível, segundo o coordenador de projetos especiais da Agência Amapá, Sávio Bordalo.

“Nós estamos tratando exclusivamente de etanol aqui, mas nós já temos estudo preliminar que a batata-doce é uma das fontes de exportações maravilhosas para a Europa, América do Norte. Então nós queremos também dar essa possibilidade do empresário fazer a exportação desse produto, para que não se utilize apenas o etanol”, destacou Bordalo.

Fonte: Globo.com - 13/08/2018

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