Notícias

União Europeia apresenta planos para impulsionar o uso de energias limpas

01 de Dezembro de 2016

Notícias

A Comissão Europeia apresentou ontem (30) uma série de propostas para avançar em direção ao uso de "energias limpas" na União Europeia (UE), no âmbito do acordo de Paris sobre o clima.

"Estas novas regras vão colocar a Europa na primeira linha da transição para as energias limpas. Após o acordo de Paris, a UE continua com suas ações concretas", declarou o comissário europeu para o Clima, Miguel Arias Cañete.

O executivo europeu busca cumprir seu compromisso de reduzir 40% das emissões de gases de efeito estufa antes de 2030, através da revisão de até oito legislações europeias e de uma maior aposta nas energias renováveis e na eficácia energética.

A UE estabeleceu em outubro de 2014 o objetivo de que as energias renováveis representem 27% do consumo total de energia até 2030. Para 2050, o bloco espera que a eletricidade esteja livre de carbono.

Segundo o vice-presidente europeu e comissário da União da Energia, Maros Sefcovic, as propostas afetam todos os setores, desde a pesquisa e a inovação até os setores da construção, indústria, transportes ou digital.

"Estas medidas darão a todos os consumidores e empresas da Europa os meios para aproveitar ao máximo a transição energética", afirmou.

Um dos pontos polêmicos é o princípio denominado "mecanismo de capacidade", que permite compensar os produtores de eletricidade que mantém operando as capacidades de produção necessárias para evitar apagões, embora não sejam necessariamente rentáveis.

Segundo uma fonte europeia, essas individualidades "não são boas nem para o mercado único, nem para o consumidor".

A Comissão busca que os Estados -membros justifiquem o uso deste mecanismo- já adotado por países como o Reino Unido e a França, entre outros -, tendo em conta as capacidades disponíveis dos seus vizinhos.

Bruxelas quer, ainda, impor um limite de 550 gramas de dióxido de carbono (CO2) produzido por kilowatt/hora para evitar que as usinas a carvão mais poluentes continuem funcionando.

Para Christian Schaible, da ONG Escritório Europeu do Meio Ambiente, este limite não afetará "praticamente nenhuma usina a carvão europeia".

Os 28 países do bloco devem debater as propostas do executivo europeu - discussões que se anteveem difíceis em um setor sensível para todos os membros.

                         .A Europa se afasta do biocombustível como alternativa energética, em uma mudança importante de rumo. Em um novo plano apresentado ontem (30), em Bruxelas, a Comissão Europeia reduziu o que pretende ser a participação do etanol e outros combustíveis feitos a partir de alimentos na matriz energética do bloco até 2030. Uma das consequências poderá ser a queda nas exportações brasileiras.

Em 2003, no auge dos investimentos nos biocombustíveis, a UE anunciou que queria 10% de seu transporte movido a etanol até 2020. Naquele momento, o produto era o carro-chefe da diplomacia brasileira, em busca de mercados e de estabelecer o etanol como referência.

Mas, em 2014, dados da UE indicavam que apenas 5,9% do transporte eram movidos por fontes renováveis. Isso incluía biocombustível, mas também carros elétricos e hidrogênio.


A meta para 2020 será mantida. Mas apenas 7% dos carros terão de usar o biocombustível de primeira geração, feito a partir de alimentos, milho ou açúcar. Para 2030, a comissão quer que a taxa desse combustível seja reduzida para apenas 3,8%. O restante viria de produtos de segunda geração, como eletricidade ou produtos alternativos feitos a partir de lixo, algas e outras fontes que não representem uma interferência na agricultura.

(Fonte: AFP / Diário do Comércio  - 01/12)

Veja também