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UFMG desenvolve motor a etanol que propicia o mesmo consumo de combustível de motores à gasolina

27 de Novembro de 2017

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No dia 25 de outubro de 2017, o INEE realizou o “IV Seminário Sobre Etanol Eficiente”. O evento atraiu dezenas de profissionais do setor e debateu as possibilidades de substituição do diesel ou da gasolina pelo etanol tanto em veículos leves quanto pesados.

O ponto alto do seminário foi quando o professor e engenheiro mecânico do Centro de Tecnologia da Mobilidade da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), José Guilherme Coelho Baêta, subiu ao palco afirmando que sua equipe havia conseguido desenvolver um protótipo de um motor movido a etanol com eficiência igual a do diesel e consumo de combustível inferior ao da gasolina.

O professor explica que, ao longo dos últimos anos, vem estudando a utilização do etanol em diferentes possibilidades de sistema de combustão. “Conseguimos desenvolver estratégias especiais visando levar o etanol ao limite de suas propriedades físico-químicas, objetivando torque e potência extremamente altos.”

Os pesquisadores modificaram todo o sistema de combustão do motor e reduziram o tamanho da câmara de combustível para facilitar a queima do etanol com cargas elevadas. O resultado foi a criação de um motor 1.0, de 185 cavalos de potência e movido a etanol que poderá substituir um motor a gasolina de 2,8 litros com a mesma potência e torque e registrando o mesmo consumo horário de combustível.

Baêta relata que a diferença é que o motor foi desenvolvido pensando, não mais como uma adaptação, mas uma tecnologia exclusiva, utilizando o que há de melhor nas propriedades do biocombustível. “Quando o motor trabalha com cargas mais altas, a eficiência mecânica e térmica é maior. O etanol, por trabalhar muito bem sob essas condições, consegue usufruir disso sem nenhum problema de combustão anormal, ao contrário da gasolina, que não consegue obter eficiência em cargas tão altas.”

De acordo com o professor da UFMG, existem diversas pesquisas voltadas a melhoria da diferença de consumo entre gasolina e etanol em motores flex, mas que isso só será possível caso seja aplicada uma tecnologia de supressão de combustão anormal de detonação na gasolina.

“O problema é que, quando fazemos isso, abrimos mão de estudar até aonde o etanol pode ir. Por isso, nosso grupo optou por explorar ao máximo aquilo que o principal combustível da nossa matriz energética pode gerar para depois deixar a cargo do desenvolvedor de produto escolher qual caminho seguir.”

(Fonte: CanaOnline – 27/11/17)

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