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Trump diz que, sem acordo, vai impor novas tarifas contra a China

27 de Junho de 2019

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O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a dizer nesta quarta-feira, em entrevista à Fox News, que irá impor mais tarifas contra a China se não houver um acordo comercial entre os dois países. Segundo ele, se isso acontecer, seriam tarifas entre 10% e 25%. Mais de US$ 300 bilhões em bens chineses que entram nos EUA ainda não foram tarifados.

Trump disse, contudo, que acredita que os dois países chegarão a um acordo e que seria possível avançar no tema no encontro com o presidente da China, Xi Jinping, neste próximo fim de semana, na reunião do G-20, em Osaka (Japão).

O presidente americano declarou também à Fox News que seu plano B em relação à China seria reduzir os negócios entre os dois países, além do comércio. Trump trava uma guerra tarifária com Xi Jinping desde o ano passado.

Na entrevista, o americano também disparou uma crítica comercial contra o Vietnã, a quem classificou como um país explorador no comércio em um nível mais alto do que considera a China. Segundo Trump, o governo americano já está trabalhando para buscar um acordo comercial com o Vietnã para corrigir o que considera como abusos do país asiático.

Ainda na entrevista, Trump voltou a criticar o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e pediu que o banco central americano baixe os juros para o país competir com a China. Trump disse ainda que Powell está fazendo um trabalho ruim e que tem o direito de demiti-lo, embora o presidente americano tenha dito na entrevista que nunca sugeriu tirar o presidente do Fed do cargo antes do fim do mandato, que termina somente em 2022.

Trump ainda comparou Powell desfavoravelmente com o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, ao dizer que os EUA não estão jogando de acordo com as mesmas regras dos demais países. O presidente americano buscou diminuir o presidente do Fed ao dizer: "Devíamos ter Draghi em vez da nossa pessoa do Fed." Trump afirmou ainda que os índices das bolsas de valores dos EUA "estariam algumas centenas de pontos mais elevadas", se o BC americano tivesse começado a reduzir os juros.

Por outro lado, Trump disse ainda que que a União Europeia (UE) está desvalorizando a moeda, o que está prejudicando os EUA. Na visão dele, a UE é um bloco que explora os EUA, afirmando que os europeus tomam mais vantagem do que a China e que o bloco possui mais barreiras comerciais que o país asiático.

Ainda durante a entrevista, Trump também falou que uma eventual guerra com o Irã não duraria muito tempo, embora tenha declarado que não tem a intenção de iniciar um novo conflito no Oriente Médio. “Se alguma coisa acontecer, estamos em uma posição muito forte”, disse.

Na mesma entrevista, o presidente americano criticou Twitter, Google, Facebook e outros gigantes da tecnologia, ao alegar que estão reprimindo suas mensagens e comentários públicos. “Essas pessoas são todas democratas, totalmente tendenciosas em relação aos democratas. Se eu anunciasse amanhã que me tornaria um bom democrata liberal, eu conseguiria cinco vezes mais seguidores”, disse ele. Ele também criticou o Google e o Facebook e disse que deveria processar as duas empresas. “Talvez façamos isso”, disse.

Trump também aproveitou a entrevista para afastar rumores de que poderia trocar o vice-presidente Mike Pence pela ex-embaixadora americana na ONU Nikki Hale. Trump afirmou que Pence continuará sendo o parceiro de chapa para a reeleição em 2020.

Valor Econômico - 26/06/2019

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