Notícias

Toyota lançará carro híbrido com motor flex no Brasil até o final do ano

13 de Fevereiro de 2019

Notícias

A Toyota vai lançar o primeiro carro híbrido com motor flex no Brasil no último trimestre deste ano. A confirmação foi feita pelo presidente-executivo da montadora na América Latina, Steve St. Angelo, nesta terça-feira (12), em São Paulo.

O executivo não confirmou qual modelo será o responsável por estrear a tecnologia. O favoritíssimo ao posto é o sedã Corolla, cuja nova geração chega também neste ano.

Desde o início do ano passado a fabricante japonesa testa um Prius com a tecnologia que usa um motor elétrico e outro a combustão, que pode ser abastecido com gasolina ou etanol.

Todos os indícios apontam para o Corolla pelo simples fato de já ter sido apresentada no exterior a versão híbrida desta nova geração do sedã. Ela traz o mesmo conjunto mecânico do Prius, um motor 1.8 a combustão e outro elétrico. Somados, eles entregam 122 cavalos.

Além disso, a Toyota já prepara a fábrica de Indaiatuba (SP) para produzir a nova geração do Corolla. O local recebeu R$ 1 bilhão em investimentos, anunciados em setembro último.

Ou seja, futuramente, a montadora deverá ter outros modelos com a tecnologia, além do novo Corolla e do Prius, que é importado.

Além disso, a fábrica de motores de Porto Feliz (SP) também vai produzir o motor híbrido, mas com a maior parte dos componentes vinda do exterior, já que os fornecedores locais ainda não dispõem dessa tecnologia.

 

Incerteza sobre SUVs

Mas a Toyota diz ainda estudar possibilidades para a entrada no segmento de SUVs menores do que o RAV4, o segmento mais disputado dos últimos anos. É uma das poucas marcas entre as que mais vendem no Brasil que está fora dele.

A montadora é muito cobrada por clientes e concessionários para entrar nessa categoria. "Estamos brigando (para ter o SUV)", afirmou Chang. "Eu brinco com o Steve que eu não saio daqui enquanto o Brasil não tiver."

Steve St. Angelo diz que seu "sonho" é ter SUVs derivados dos atuais produtos da marca, como Etios, Yaris e Corolla.

Segundo ele, atualmente, a empresa não tem capacidade produtiva para implantar novos produtos nacionais. "Estamos com a produção no limite", explicou. Sorocaba e Porto Feliz já operam em 3 turnos e seria necessário um novo investimento para expandi-las.

A importação continua sendo uma possibilidade.

´Podíamos ser número 1´

Recentemente, a montadora tem brigado para se firmar entre as 4 maiores do país em vendas. Em 2018, os japoneses ocuparam a sétima colocação, cerca de 25 mil automóveis e comerciais leves (picapes e furgões) abaixo da Ford, a quarta colocada. A General Motors continua líder, com a Chevrolet.

"Podíamos ser o número 1 agora porque eu sei jogar esse jogo", disse St. Angelo.

"Mas nosso carros têm um valor de revenda fantástico. Nós gerenciamos nosso preço, nos preocupamos com um crescimento sustentável e que os nossos concessionários ganhem dinheiro", explicou.

"Na crise, não demitimos uma só pessoa. Nós também tivemos que fechar (temporariamente) fábricas, mas aproveitamos esse tempo para treinar os funcionários. A qualidade não caiu."

Para o executivo, o crescimento deve ser sustentável: "Se você cresce rápido demais, cai rápido demais também."

 

Lucro ou prejuízo?

Questionado sobre se a operação da Toyota no Brasil é lucrativa, Rafael Chang disse "que poderia ser melhor".

O assunto está em destaque desde que a GM anunciou que vive um momento crítico após seguidos prejuízos no país, apesar da liderança nas vendas. A montadora, no entanto, não divulga esses dados. Nem a Toyota.

"Estamos fazendo um monte de dinheiro? Não. Estamos pagando nossas contas? Sim", respondeu St. Angelo. "Se não vissem potencial, não me deixariam investir cerca de R$ 3 bilhões aqui."

Além de R$ 1 bilhão para a modernização da fábrica do Corolla, a Toyota aplicou mais R$ 1 bilhão para fabricar o Yaris hatch e sedã na fábrica de Sorocaba e R$ 600 mil para Porto Feliz, em 2016 e 2017.

Auto Esporte - 12/02/2019

Veja também