25 de Setembro de 2020
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A Total planeja suspender o refino de petróleo na região de Paris e gastar mais de 500 milhões de euros (US$ 582 milhões) até 2024 para substituir as instalações com usinas de combustível renovável e bioplásticos.
A decisão reflete a crescente demanda por energia e produtos mais verdes, bem como o compromisso da Total em reduzir sua exposição a hidrocarbonetos como também emissões de carbono. A gigante francesa de energia, como seus pares europeus Royal Dutch Shell e BP, está sob pressão crescente de governos, consumidores e investidores para intensificar medidas de combate à mudança climática.
O refino de petróleo bruto em Grandpuits será suspenso em março, e a empresa planeja encerrar o armazenamento de hidrocarbonetos no fim de 2023, disse a Total em comunicado na quinta-feira.
Em 2024, a unidade terá como foco a produção de diesel renovável, principalmente para aviação, reciclagem de plásticos e bioplásticos e a operação de duas usinas solares. Clientes na região de Paris serão abastecidos pelas refinarias da Total na Normandia e Donges.
"A Total demonstra seu compromisso com a transição energética e reafirma sua ambição de alcançar a neutralidade de carbono na Europa até 2050", disse Bernard Pinatel, presidente da Total Refining & Chemicals, no comunicado. A unidade de Grandpuits é responsável por 8% da capacidade total de refino da França, disse o executivo em conferência de imprensa.
As margens de refino estão sob pressão devido à pandemia de coronavírus, que encolheu a demanda por derivados de petróleo, como o combustível de aviação. Por outro lado, a usina de biocombustíveis da Total em La Mede, no sul da França, permaneceu rentável durante a crise, disse o CEO Patrick Pouyanne em julho.
Transição energética
A unidade de Grandpuits também foi marcada nos últimos anos por problemas em oleodutos. Substituir a refinaria custaria quase 600 milhões de euros, um investimento que dificilmente valeria a pena, já que o governo apoia políticas favoráveis aos combustíveis renováveis e veículos mais limpos, disse a empresa.
O novo complexo, a ser inaugurado em 2024, será capaz de produzir 400 mil toneladas de biocombustíveis por ano, incluindo 170 mil toneladas de combustível de aviação sustentável, em linha com a meta da França de que 5% do combustível para aviação seja renovável até 2030. O restante da produção será destinado para nafta renovável, utilizada em bioplásticos, e diesel renovável.
Fonte: Bloomberg - 24/09
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