15 de Setembro de 2017
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O custo médio de produção de uma tonelada de cana do produtor está em torno de R$ 12,00 mais barato do que o da cana da usina, ou aproximadamente 15% inferior, revela João Henrique Mantellato Rosa, gestor de projetos do Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (Pecege), da Esalq/USP.
Para o produtor, essa cana fornecida para as unidades Sucroenergéticas tem maior garantia de mercado, pela sua competitividade frente a cana produzida pelas usinas, além de ser uma fonte geradora de emprego e renda. Para as usinas, a possibilidade de contar com uma matéria-prima de menor custo tem papel importante na gestão financeira do negócio, principalmente em um momento de crise.
Quanto mais cana originária do produtor de cana, menor será o custo da matéria-prima, maior a margem sobre os resultados dos produtos finais originados da cana.
A diferença desse custo pode, no entanto, variar bastante em algumas situações. Existem usinas que são mais eficientes do que produtores – comenta João Rosa. Mas, de maneira geral, a cana do produtor é mais barata, porque não tem o mesmo custo administrativo da usina, custo logístico produtivo menor, controle sobre áreas mais fracionado, resultando em qualidade e produtividade.
O período de entrega da cana do produtor de cana também favorece a obtenção de um maior teor de sacarose, ocorrendo em grande parte, do meio da safra em diante.
A usina tende a processar maior quantidade de cana própria no começo da safra, quando a produtividade e a ATR são menores, observa. O custo está muito ligado à quantidade de matéria-prima produzida por hectare – constata.
Outros fatores podem aumentar o custo da cana da usina, como a aplicação e transporte da vinhaça e da torta de filtro – exemplifica o gestor de projetos do Pecege que desenvolve trabalhos específicos para o levantamento e gerenciamento de custos do produtor, contando inclusive com a parceria da Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), com sede em Ribeirão Preto, SP, e apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) por meio do projeto Campo Futuro.
A Orplana – que conta com 33 associações de fornecedores de cana – tem sido fundamental para viabilizar o monitoramento e levantamento de custos da cana do produtor – afirma João Rosa. Segundo ele, as informações geradas ajudam o produtor na tomada de decisões e subsidiam a Orplana no desenvolvimento e definição de estratégias para o acompanhamento das políticas públicas. O Pecege monitora – por amostragem – os fatores de produção de quarenta regiões.
Cases de sucesso referentes ao custo da tonelada de cana do produtor – e também de usinas – farão parte inclusive da programação do evento “Expedição Guia Custos – Cana-de-açúcar”, que acontecerá em Ribeirão Preto, no Araucária Plaza Hotel, em 20 de outubro. A realização é da Companhia Brasileira de Custos Agropecuários (CBCA), uma parceria entre Pecege e Datagro.
(Fonte: CanaOnline – 14/09/17)
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