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Tânia Fernandes: quero crescer na Biosev, junto com o setor

21 de Março de 2017

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O setor sucroenergético ainda emprega um número pequeno de mulheres, mas salta aos olhos a grande ocupação feminina de cargos antes destinados apenas aos homens. Uma das mulheres que conseguiu abrir seu espaço no setor foi Tânia Fernandes, que ocupa o cargo mais alto de Superintendente Agroindustrial da unidade da Biosev em Lagoa da Prata (segundo maior grupo produtor de cana de açúcar do país).

O preparo educacional e qualidades como realizar multitarefas, uma escuta mais apurada e maior cuidado na condução dos trabalhos são qualidades citadas por Tânia para conquista de resultados positivos desde que assumiu o cargo há um ano e meio. Porém, o mais importante, frisa, é o trabalho complementar com os homens, dando maior estabilidade operacional que se reflete em toda a empresa e a vontade de crescer junto com o grupo e o setor!

Abaixo a entrevista feita com Tânia Fernandes pela SIAMIG, durante participação no evento Cana Substantivo Feminino, dia 16 de março, em Ribeirão Preto (SP), no qual participou como debatedora do painel “Jogar Junto”. 

Tânia Fernandes, Superintendente Agroindustrial da unidade da Biosev em Lagoa da Prata

SIAMIG - Quais os desafios e resultados mais importantes da sua gestão?

Tânia – Falando dos desafios principais, primeiro foi a questão da estabilidade operacional, quando eu cheguei em Lagoa da Prata, a unidade estava com uma dificuldade imensa de produzir, tanto na parte industrial quanto agrícola. Foi um desafio grande também com relação à segurança no trabalho, pois cheguei justamente em um momento crítico depois de um acidente que aconteceu e o clima estava muito ruim, as pessoas desacreditadas, precisando de uma energia para conduzir o trabalho. Então acho que os pontos chaves foram atuar na estabilidade operacional e na segurança para a construção de um clima melhor.

SIAMIG – E hoje você acha que o clima mudou, já alcançaram os resultados almejados?

Tânia – Olha, vou falar de números, na safra 16/17 batemos recordes de moagem, nós concluímos a primeira etapa em dezembro, com 2,555 milhões de toneladas e vamos moer mais 100 mil toneladas esse mês, ou seja, vamos fechar com 2,655 milhões de toneladas de cana moída. 

SIAMIG – A unidade não parou na entresssafra?

Tânia – Ela parou durante um período mínimo, na verdade em janeiro e fevereiro e três dias em março, então, foi a menor entressafra da história da unidade. Em adição a isso nós tivemos a produção recorde de açúcar, em um ano que o mercado está demandando muito o produto, o que considero um sucesso. Diminuímos a taxa de acidentes, mas ainda não estamos onde queremos chegar. A gente quer realmente conquistar “acidente zero”!

SIAMIG – Como é ser mulher no setor? A gente vê que a participação feminina está crescendo, mas ainda é um segmento predominantemente masculino.

Tânia – Sem dúvida é desafiador, mas isso me move. Eu acho que a gente aprende muito com os homens no dia a dia, tem que ser uma relação complementar, eles atuam de uma maneira diferente da nossa. Nós temos outras qualidades, como a questão da multitarefa, da escuta mais ativa, do cuidado, um complementa o outro. Existem preconceitos, sim, mas a gente não pode se deixar abater por isso. Quem escolhe atuar na indústria, quem escolhe atuar no agronegócio, em setores que são tradicionalmente masculinos, sabe que não vai ser fácil, mas eu, particularmente, gosto muito e a cada dia mais acho que me desenvolvo como profissional.

SIAMIG – Como é ter essa grande responsabilidade em assumir cargos altos e conciliar com a família?

Tânia – É difícil, no meu caso mudei de cidades muitas vezes e nem todos os maridos estão dispostos a nos acompanhar, essa é uma dificuldade que nós temos, mas tenho uma relação muito boa com minha família que está em Belo Horizonte e não vejo o cargo como impeditivo de convivência com os familiares. Sou divorciada, mas tenho muitas colegas que têm marido, filhos e conseguem lidar com isso sem muitos problemas. A gente acaba conseguindo viabilizar, se colocar e equilibrar cada pratinho na balança.

SIAMIG – A que você credita conquistar um cargo alto dentro do grupo?

Tânia – Tenho uma vida de dedicação e trabalho, nada vem de graça. Então eu acho que primeiro vem o investimento em educação, fiz um bom curso de Engenharia Química, na UFMG,  especialização em Engenharia da Qualidade pela PUC, posteriormente, fiz MBA pela Fundação Dom Cabral em Gestão de Negócios e passei por algumas empresas de ponta, onde adquiri experiência em gestão. Então, tudo isso contribui, mas é o querer, a gente tem que estudar, se dedicar e a atitude é fundamental. Se realmente a gente quer e gosta do que faz, o reconhecimento é consequência.

SIAMIG – Mais alguma coisa que você gostaria de falar?

Tânia – Queria agradecer a oportunidade e falar que estou muito feliz de atuar no agronegócio e que acredito muito no setor, vejo como um dos pilares da economia brasileira e quero crescer ainda mais junto com ele.

(Fonte: Gerência de Comunicação SIAMIG – 20/3)

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