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Soluções da Embrapa são destaque em seminário de bioeconomia na Câmara

17 de Julho de 2020

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“Não tenho dúvida de que o Brasil tem um potencial enorme para ser protagonista no cenário global da bioeconomia. Temos oportunidades em diferentes setores”, afirmou o presidente Celso Moretti no seminário virtual "Bioinsumos: competitividade, inovação e sustentabilidade na agricultura brasileira", promovido pela Frente Parlamentar Mista pela Inovação na Bioeconomia.

Realizado na quarta-feira (15), o evento teve a participação de Marcos Montes, secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), de Fernando Camargo, secretário de Inovação do Mapa e presidente do Conselho de Administração (Consad) da Embrapa, de Cleber Soares, diretor de Inovação do Mapa, e de representantes de empresas privadas como Basf, CropLife Brasil, Novozymes, além de Thiago Falda Leite, presidente da Associação Brasileira de Bioinovação, .

O seminário virtual foi coordenado pelo presidente da Frente Parlamentar de Bioeconomia, o deputado Alexis Fonteyne (Novo-SP), e pelo 1º vice-presidente, deputado Paulo Ganime (Novo-RJ). 

Dividido em três blocos, o debate incluiu as visões da ciência e da indústria sobre bioeconomia, enquanto os parlamentares destacaram a importância das normativas e leis para a gestão do tema.

Moretti apresentou exemplos de soluções tecnológicas consideradas o futuro da bioeconomia, entre elas a fixação biológica do nitrogênio (FBN), o Biomaphos, o Aprinza (inoculante para fixação biológica do nitrogênio na cana-de-açúcar), o controle biológico da vespa-da-madeira, o óleo essencial de manjericão-de-folha-larga, insumo natural com grande potencial de controlar pragas nas lavouras (como a Helicoverpa armigera e a Anticarsia gemmatalis, lagartas prejudiciais a diversas culturas), e o uso de vespas nativas para o controle da mosca-das frutas. Também foram apresentadas as soluções de produção de bioinsumos a partir de resíduos da cadeia de biocombustíveis, como os da cana-de-açúcar e do glicerol.

Dados da Embrapa destacam que, com a FBN, no ano passado, o país obteve uma economia de R$ 22 bilhões em adubos nitrogenados não gastos, além de deixar de emitir 150 milhões de toneladas de CO2. O Biomaphos, por sua vez, pode aumentar em até 10% a produtividade em algumas cadeias produtivas, como a do milho.

“O Brasil tem uma das maiores biodiversidades do mundo, o que nos permite explorar de maneira sustentável a bioeconomia”, afirmou Moretti. “Nos últimos séculos, saímos de uma economia baseada na extração de recursos naturais para geração de energia fóssil, para, a partir dos anos 70, o desenvolvimento, de forma consistente, da economia baseada em sistemas biológicos, também conhecida como bioeconomia”, complementou.

De acordo com o presidente da Embrapa, graças à capacidade de acessar, conservar e utilizar seus recursos genéticos, o Brasil tem um enorme potencial para ser protagonista no cenário global da bioeconomia, com oportunidades em diferentes setores. 

Para demonstrar o quanto a pesquisa pode contribuir para o avanço na produção de bioinsumos e a busca por soluções de problemas da agricultura, Moretti destacou o recente estudo divulgado pela empresa sobre a coleta de sedimentos de rios da bacia amazônica para obtenção de microrganismos – fungos, bactérias de interesse agrícola – capazes de combater patógenos e disponibilizar nutrientes para as plantas. “Trata-se de um primeiro grande estudo para a busca de microrganismos cultiváveis e não cultiváveis da bacia amazônica”, exemplificou. “Nós já testamos esses microrganismos, vários deles mostraram capacidade para serem utilizados em diferentes indústrias, desde têxtil, alimentos, celulose, bioetanol, alimentícia, entre outras”.

Saiba mais: Novos organismos de interesse econômico são encontrados em rios amazônicos

Moretti lembrou também que a Embrapa tem o quinto maior banco genético do mundo, localizado na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologoia, com mais de 112 mil acessos de 803 espécies de plantas. “O que permite que o Brasil tenha segurança nacional na produção de alimentos, fibras e energia”, afirmou. “Respiramos bioeconomia em todas as unidades da Embrapa”, finalizou.

Para o secretário de Inovação e presidente do Consad, Fernando Camargo, o tema bioeconomia é prioritário para a agricultura brasileira. Ele destacou o recém-lançado Programa Nacional de Bioinsumos do Mapa, que representa um salto para agricultura de base biológica. “O futuro das atividades agropecuárias está na bioeconomia”, complementou Cleber Soares, diretor de Inovação do ministério, ao apresentar o programa para os participantes do seminário. O aplicativo Bioinsumos, desenvolvido pela Embrapa, também foi mencionado pelos gestores do Mapa.

Veja também: Aplicativo Bioinsumos ajuda produtor rural a controlar pragas e doenças

Para o presidente da CropLife Brasil, Christian Lohbauer, o recurso biológico é uma excelente alternativa quando se trata de defesa fitossanitária com qualidade. Por outro lado, segundo ele, é preciso ter foco em pesquisas responsáveis e com qualidade para a obtenção de produtos seguros. “É preciso regulamentação rigorosa tanto para aqueles que são 'bio' quanto para os que não. Por isso é importante investir em ciência, gente e pesquisa”, acrescentou.

O seminário virtual teve uma audiência de mais de 450 participantes. 

Assista no canal da Câmara dos Deputados no YouTube à íntegra do evento

www.embrapa.br/tema-bioeconomia
Bioeconomia abre rota de desenvolvimento sustentável na Amazônia Legal

 

Fonte: Embrapa – 16/07

 

 

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