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Soja é opção rentável para renovação de canaviais

31 de Janeiro de 2018

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A rotação de culturas é uma das principais práticas de manejo aplicadas na agricultura para garantir um bom resultado agronômico. Ela ajuda na recuperação do solo e mantém o produtor no mercado em tempos de crise. No estado de São Paulo, duas importantes culturas estão se unindo nesta tarefa e trazendo bons resultados: a soja e a cana-de-açúcar.

Olhando a distância parece apenas uma plantação de soja, mas ao chegar perto é possível notar uma linha entre os talhões com outra cultura, forrageiras originadas da cana-de-açúcar, que esteve plantada na área por quase seis anos. Aos poucos o material vai se misturando, se decompondo e virando nutrientes para o solo. A troca de cultura faz parte da rotação que, há 10 anos, traz benefícios na plantação de Antônio Marcos Padoveze.

“A soja acaba entrando em áreas de cana para a renovação do canavial. Ela entra para suprir este esgotamento da cultura única, pois são seis anos seguidos com a cana. Além de melhorar a característica física do solo, temos uma redução de ervas daninhas e o aumento da fertilidade do solo. E, isso tudo, acaba dando um incremento de 20% a 30% na produtividade da cana e uma renda extra boa com a soja”, diz Padoveze.

Em outra área da propriedade, a cana cresce saudável, graças a soja, que serviu como base para a rotação na área. “A soja acaba repondo os micronutrientes e a fertilidade acaba renovando o solo e entrega para o produtor de cana, que vai implantar a lavoura nova, condições muito favoráveis para ter uma ótima produtividade na safra seguinte”, conta Padoveze.

Para fazer esta rotação uma técnica antiga ganha volta a ganhar destaque, a Meiosi (Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente). O método consiste em intercalar lavouras de soja com o canavial. Isso reduz os custos de implantação, melhora as condições químicas, físicas do solo. Além disso, o sistema protege o solo contra erosão no período de renovação do canavial

“Agora com as mudas pré-brotadas (mpb), que estão chegando com alta genética e sanidade, é utilizado os mpbs intercalados com a soja. É como se fosse construído um viveiro e a vantagem que você não tem o transporte da cana até a área de produção que foi sucedido com a soja”, garante o superintendente da Coplacana, Klever José Coral.

Mas, apesar dos bons resultados, é necessário ter planejamento para implantar a rotação de culturas com a soja.

“Antes de a pessoa entrar com o plantio, o planejamento é muito importante, porque temos que ver ali toda a parte de herbicidas usados na cana de açúcar. A correção do solo que acontece não deve ser no último momento antes do plantio, mas sim antecipadamente. Com dois ou três anos antes, já pensando nesta rotação”, diz Coral.

O superintendente explica que para quem não trabalha com cana dá para fazer a rotatividade da produção em parceria com outros produtores. “Aquele produtor que não tem a cultura da cana como principal atividade e não quer investir em uma colhedora ou plantadora, pode ceder a área para um parceiro fazer o plantio na terra dele e depois é retornada com a soja”, sugere ele.

Fonte: Canal Rural – 31/01/2018

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