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Sobre elétricos e híbridos

23 de Setembro de 2019

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A oferta de modelos energizados vai aumentando gradualmente no Brasil. Antes restrito ao luxo do BMW i3 e do Jaguar i-Pace, agora o segmento do carro elétrico oferece o Renault Zoe, o Nissan Leaf e, em breve, três SUVs energizados da JAC e mais uma picape. E também o Chevrolet Bolt.

Atualmente, o modelo elétrico mais barato do País é o Zoe, que custa R$ 149.990. Isso vai mudar em janeiro de 2020, quando as vendas do JAC iEV20 começarem por R$ 119.900. Já o mais caro é o i-Pace, por R$ 437 mil.

Embora a tecnologia de carros elétricos não seja nenhuma novidade, por falta de escala ela ainda é muito cara. A diferença básica dos modelos a combustão e dos elétricos está na forma em que eles são colocados em movimento.

No motor a combustão há quatro fases, a admissão dos gases, a compressão deles, a combustão, que gera a potência enviada às rodas, e a exaustão, que libera os gases tóxicos que os carros elétricos pretendem eliminar.

Já em um modelo elétrico puro, a energia é armazenada em baterias e liberada para o motor elétrico, que funciona com a atuação de campos eletromagnéticos. Diferentemente dos carros convencionais, que precisam das marchas para ir elevando o giro do motor, o elétrico já funciona como um automático, pois o torque total é liberado já a 1 rpm, tirando o veículo da inércia. Só é preciso, então, a primeira marcha e a ré.

No meio termo entre os dois há a tecnologia híbrida, como a do novo Toyota Corolla. Nela, um motor a gasolina ou flexível, geralmente menor, recebe o auxílio de força de um elétrico, o que gera mais potência e diminui o consumo de combustível. Os híbridos podem ser de carregar na tomada ou dotados de energia de recuperação de energia, sem que seja preciso o motorista fazer nada.

Na maior parte dos esportivos modernos, motores V12 estão sendo substituídos por sistemas híbridos, que geram mais torque e menos idas ao posto de abastecimento. O Lamborghini Sián, mostrado no Salão de Frankfurt, é um bom exemplo disso.

Dentro desta seara de elétricos e híbridos, há ainda muitas outras variantes. O BMW i3, por exemplo, tem uma versão com autonomia estendida. Nela, um pequeno motor a gasolina funciona como gerador para o motor elétrico. Ele serve para o caso do modelo ir rodar por lugares com poucos pontos de recarga.

A maioria dos carros elétricos pode ser recarregada em tomadas comuns, com um tempo alto para encher as baterias. Ou por cabos especiais, para tomadas de 220V ou mais. Nas mais potentes usadas hoje no Brasil, 80% da carga de um carro elétrico é feita em 25 minutos. Com custo de R$ 50 perante o que seria R$ 200 com gasolina.

Na contra-mão das tomadas há um sistema ainda mais caro, porém eficiente. O de células de combustível a hidrogênio. Os carros que a possuem, como o Toyota Mirai acima, têm um tanque de abastecimento de hidrogênio. Ele é enchido igual gasolina, por uma bomba, e demora o mesmo tempo.

Este hidrogênio sofre uma eletrólise e se converte em energia para as baterias, liberando apenas água pelo escapamento. Como não há ainda uma definição de qual seria a matriz deste hidrogênio, a tecnologia continua impensável para o consumidor comum hoje.

Porém, o Brasil poderá ter um vantagem competitiva sobre o assunto no futuro se souber investir. O etanol é um dos produtos com maior facilidade de se retirar moléculas de hidrogênio, por isso poderia servir como uma boa matriz de abastecimento renovável. Se esta tecnologia de células de combustível for mesmo o futuro, ele poderá ser verde, mas também amarelo.

Fonte: Jornal do Carro - 23/9

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