15 de Junho de 2018
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Não está sendo fácil plantar cana no Brasil. Além do prejuízo de R$ 1,2 bilhão estimado pelo setor devido à greve dos caminhoneiros, as usinas sucroalcooleiras do país deverão registrar perdas de produtividade dos canaviais, que estão sofrendo com a falta de chuvas nos últimos meses.
Em relatório divulgado, a União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), observou que “a quantidade de cana-de-açúcar a ser processada neste ciclo sofrerá os impactos da conjunção de um canavial envelhecido com um extenso período de seca entre os meses de março a maio, prejudicando severamente as lavouras e a produtividade agrícola do restante da safra”.
Na semana anterior, a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ) também havia informado que a estiagem entre abril e maio no Centro-Sul reforçaram o quadro negativo iniciado em dezembro por causa de chuvas irregulares, e que afetaram especialmente os canaviais situados nos piores ambientes de produção.
Segundo a Unica, a região mais afetada pela seca é o Estado de São Paulo, que responde por 60% da oferta de cana do Centro-Sul. A entidade avalia que os índices de produtividade agrícola podem sofrer uma queda de 2% e 15%, dependendo da região, na comparação com a safra passada.
O sistema da Esalq estima uma média de 5% de quebra ante a safra passada. Já os canaviais no centro-norte paulista deverão ter perdas entre 8% e 10%.
Até o momento, as adversidades climáticas ainda não se fizeram sentir nos índices de produção. Do início de abril até 1 de junho, o rendimento agrícola médio no Centro-Sul, apurado pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) com 143 empresas, foi 2,01% maior do que no mesmo período da safra passada, de 81,64 toneladas por hectare. Em maio, o índice foi de 82,77 toneladas de cana por hectare, crescimento de 0,9% na comparação anual.
Além disso, a falta de chuvas favorece, de imediato, o avanço da colheita de cana e a concentração de sacarose na cana. A moagem está 20% adiantada nesta safra, ou 22,6 mil toneladas, alcançando até então 134 milhões de toneladas. Já o teor de açúcar na cana (ATR) está, até agora, 25,6% maior do que um ano atrás, em 123,71 quilos por tonelada de cana.
A Unica ressaltou, no entanto, que, se a condição climática desfavorável permanecer, será afetada a colheita do último terço da safra, que costuma ocorrer entre outubro e novembro.
Fonte: Valor Econômico – 15/06/2018
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