02 de Janeiro de 2017
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Todo o otimismo do setor sucroalcooleiro no início da moagem da safra de cana-de-açúcar no Nordeste, cerca de quatro meses atrás, desidratou. As chuvas cessaram há mais de dois meses na Zona da Mata, acelerando a moagem de cana.
O resultado é que duas usinas em Pernambuco já encerraram suas atividades, e a perspectiva é que outras sigam o mesmo caminho, reduzindo a produção esperada e alongando o próximo período de entressafra da região.
Na estimativa do Sindicato da Indústria do Açúcar e Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar/PE), as usinas do Nordeste processarão 50 milhões de toneladas de cana nesta safra 2016/17, que começou oficialmente em setembro na região.
A expectativa inicial era de que fossem processadas 54 milhões de toneladas de cana. As áreas mais afetadas até o momento foram o norte de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.
O tempo seco impede o desenvolvimento da cana, reduzindo o volume colhido por hectare, embora favoreça a concentração de açúcares na planta. Também permite o avanço mais rápido da colheita, e consequentemente, da moagem.
As usinas estão avançadas no calendário de processamento e duas já encerraram as atividades desta safra: a Laranjeira, em Vicência (PE), e a usina da Cooperativa da Associação de Fornecedores de Cana de Pernambuco (Coaf), em Timbaúba. Segundo Renato Cunha (Foto), presidente do Sindaçúcar-PE, é possível que até o fim deste mês mais duas usinas encerrem a moagem desta safra.
Em Pernambuco, as 15 usinas em operação devem antecipar o fim do processamento em cerca de um mês, levando ao encerramento das atividades em torno de janeiro e fevereiro. Com isso, a entressafra deve ter entre sete e oito meses, disse Cunha. Normalmente, dura cerca de seis meses.
Em Alagoas, onde há 19 usinas em atividade, as poucas unidades mais atrasadas encerrarão a moagem na segunda quinzena de março, segundo Pedro Robério, presidente do Sindaçúcar do Estado.
Algumas usinas pararam por falta de cana. Foi o caso da Coaf, que encerrou a safra com 344 mil toneladas processadas, ante 450 mil toneladas esperadas no início do ciclo.
Uma entressafra prolongada no Nordeste e Norte deve significar maior necessidade de aquisição de etanol de fora das duas regiões, onde a produção canavieira já é preferencialmente voltada à produção de açúcar, o que tende a se acentuar nesta safra com a maior rentabilidade do produto ante o etanol.
Porém, tanto Cunha como Robério acreditam que não será preciso aumentar a importação de etanol dos EUA para garantir o abastecimento regional, embora alguns carregamentos do biocombustível americano tenham desembarcado nos últimos meses nos portos da região em plena safra.
Para Cunha, a necessidade de etanol das regiões neste período pode ser coberta pela produção das usinas de Goiás, Minas Gerais e até mesmo da Bahia.Além disso, ‘a economia está patrocinando uma redução da demanda’, afirmou Robério.
Segundo o presidente do Sindicato de Alagoas, o Nordeste recebeu carregamento de etanol americano recentemente porque a isenção da cobrança do ICMS sobre a importação de biocombustível no porto de São Luis, em Maranhão, torna o produto mais barato para as tradings em relação ao que chegar por cabotagem a partir do Centro-Sul
(Fonte: Valor Econômico – 26/12)
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