30 de Agosto de 2018
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O serviço, baseado no georreferenciamento orbital, usa 13 satélites e permite o monitoramento remoto
Uma informação que antes poderia levar horas para ser divulgada, agora é passada para frente em questão de minutos. A tecnologia de satélites para detecção de incêndios já é realidade no campo, sendo adotado por inúmeras unidades agroindustriais e também por fornecedores de cana. A Bunge Açúcar & Bioenergia, por exemplo, consegue detectar focos de incêndios com tempo de resposta de, aproximadamente, 15 minutos, o que permite a geração de provas técnicas do fluxo de incêndio e dimensionamento de áreas queimadas georreferenciadas.
O gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da empresa, Alexandre Vieira, conta que, com o auxílio dos satélites, é possível identificar os focos com imagens e ferramentas de softwares e algoritmos, que foram desenvolvidos em parceria com o INPE e a Agência Espacial Americana (NASA). “O sistema permite o reconhecimento cartográfico das áreas de cultivo para caracterizar os tipos de cobertura vegetal, bioma e vias de acesso; informações sobre a vegetação com base em pesquisa e dados do Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado; compilação de banco de dados geoespaciais das áreas de cultivo; produção de mapas temáticos; análise temporal da evolução do uso e cobertura da terra; mapeamentos das Áreas de Preservação Permanente (APP), e interpretações de acordo com os Padrões e Exigências em Certificações.”
A Tereos, terceiro maior grupo de açúcar do mundo, também já faz uso da tecnologia de satélites para a prevenção e combate de incêndios em seus canaviais. Na safra passada, durante o inverno mais seco dos últimos 30 anos na região Noroeste do Estado de São Paulo, onde estão localizadas as sete unidades industriais do grupo, a empresa deu início ao desenvolvimento do projeto piloto ORION (sigla em inglês para “Observed Remote InformationfromOrbital Navigation”), que utiliza a ferramenta de monitoramento por satélite desenvolvida pela startup GMG Ambiental, de São José do Rio Preto.
O serviço, baseado no georreferenciamento orbital, usa 13 satélites e permite o monitoramento remoto, com o envio automático de alertas das ocorrências diretamente à Central de Controle da Tereos, localizada na unidade industrial Cruz Alta, em Olímpia, SP. A localização do foco de incêndio gerada pelo software facilita a logística das ações de combate, diminuindo em 50% o tempo com o deslocamento dos caminhões de combate e os brigadistas mais próximos. A ferramenta possibilita ainda indicar as rotas rurais que permitem melhor tráfego para se chegar ao incêndio.
A Tereos investiu cerca de R$ 1 milhão ao longo do ano para o desenvolvimento e implantação do GMG. "Essa ferramenta tem como um dos principais objetivos melhorar ainda mais a agilidade no combate de incêndios, o monitoramento e suporte ao sistema de inteligência para o gerenciamento das brigadas, dentre outras funcionalidades, que são usadas para alocação de recursos", comentou Edilberto Bannwart, diretor de Sustentabilidade da Tereos, que complementa: "o projeto está na fase final de implantação".
Não são apenas as grandes usinas que podem se beneficiar dessa tecnologia. Recentemente, a Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste) lançou para seus associados um serviço de monitoramento de incêndios. Atualmente, a ferramenta já monitora 3.200 propriedades que, juntas, somam mais de 130 mil hectares de cana.
Essa tecnologia – a mesma utilizada pela Tereos - faz parte do programa desenvolvido pela Canaoeste chamado “SOS Incêndios”, que oferece aos associados palestras, cartilhas, assessoramento técnico e ambiental, Programa de Auxílio Mútuo (PAM), defesas judiciais e administrativas.
Fonte: CanaOnline – 29/08/2018
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