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“Safra 20/21 será espetacular”

23 de Julho de 2019

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Luiz Carlos Corrêa Carvalho, o Caio, tem credibilidade de sobra no setor sucroenergético. Os dois eventos anuais da consultoria que dirige, a Canaplan, estão entre os mais disputados do País.

Esses eventos reúnem executivos e profissionais de empresas do setor para interagir com as previsões de Caio e sua equipe. Eles apresentam tendências da safra vigente e da próxima, além de indicações sobre comportamentos do mercado.

Sempre com o sorriso a postos, Caio é personagem principal no universo sucroenergético.

Geralmente ele é cercado de empresários e profissionais para troca de informações. Foi assim em um dos intervalos do segundo dos dois dias do Ethanol Summit, evento da UNICA realizado em 19 de junho na capital paulista, no qual Caio atendeu ao JornalCana com a entrevista a seguir.

Os preços do açúcar irão melhorar?

Luiz Carlos Corrêa Carvalho – Sim. Os preços médios da safra 2019/20 serão melhores ante os da 18/19. Isso deverá ocorrer devido a menor produção dos países. Todos eles demonstram redução na produção de açúcar, que começa a partir de outubro próximo. Outra contribuição [para a melhora de preços] é a redução de estoques, também importante para isso.

A safra brasileira 19/20 deverá mesmo ser mais alcooleira?

Luiz Carlos Corrêa Carvalho O Brasil, que é chave, novamente deve ter a safra muito alcooleira. Irá retirar açúcar do mercado no balanço físico, e isso deverá caracterizar uma diferença a partir do quarto trimestre deste ano. Então veremos mudanças a partir do quarto trimestre.

Já é possível prever como será a safra 20/21?

Luiz Carlos Corrêa Carvalho Não tenho dúvidas de que a 20/21 será uma safra espetacular em termos de preços. Mas a 19/20 já revela o novo ciclo. Os preços virão. Eles são consequência desse novo ciclo.

Mas a oferta de cana-de-açúcar para a 20/21 continuará restrita.

Luiz Carlos Corrêa Carvalho Aliás, um dos motivos do ciclo [de melhora de preços] é justamente a falta de cana. É causa e consequência.

Sua opinião sobre o RenovaBio.

Luiz Carlos Corrêa Carvalho Começa em 2020, mas terá um período de maturação. Será o período no qual as empresas irão se certificar, os CBios irão saindo, em um processo que, esperemos, seja o mais rápido possível para que ganhe força também o mais rápido possível. E, assim, o RenovaBio será solidificado para fazer parte do processo de recuperação do setor.

Deve ocorrer uma concentração maior de empresas no setor?

Luiz Carlos Corrêa Carvalho – Há alguns anos essa concentração ocorre, e não é somente no setor. Está assim em toda a cadeia produtiva, como na de insumos modernos. O setor de cana não foge à regra. O processo de concentração industrial acontece claramente e continuará acontecendo.

Veículos elétricos: eles são um concorrente do setor sucroenergético?

Luiz Carlos Corrêa Carvalho – Eles são parte do processo de desenvolvimento. Se você olhar para esta sala, não conhece nenhuma das empresas aqui presentes [a entrevista foi realizada na área de expositores do Ethanol Summit]. Se se olhar as dez maiores empresas do mundo hoje, e olhar as de dez anos atrás, verá que são completamente diferentes. O mundo mudou e seguirá mudando.

Mas o veículo elétrico já está aí.

Luiz Carlos Corrêa Carvalho O veículo elétrico será parte importante do processo de mudança se a fonte de produção da eletricidade for renovável. Se não for, será um fracasso. O meu olhar para o veículo elétrico é que ele será importante se tivermos a eletricidade produzida a partir de uma fonte renovável. Senão ele será pior do que o petróleo.

E o etanol?

Luiz Carlos Corrêa Carvalho – Se o etanol for produzido com eficiência ele vira o jogo. Se junto com ele vier o desenvolvimento tecnológico, o veículo flex híbrido, e em seguida a célula de combustível, aí ninguém segura o etanol. Porque ele é muito competitivo na célula de combustível. Se for essa a tendência da tecnologia, o futuro é espetacular.

Fonte: JornalCana - 22/07/2019

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