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Ritmo lento da indústria afeta setor de transporte de carga

04 de Julho de 2019

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Se tem menos carga para levar, o transporte sente em cheio, como mostram as estatísticas que comparam o período pré-recessão, em 2014, com a atualidade.

Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), nos últimos cinco anos, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil saiu de um crescimento de 3,5% para um aumento de 0,5%.

Para o setor de transporte, a desaceleração foi ainda maior: de 5% para 0,2%. De acordo com o estudo, o fluxo de veículos pesados caiu 8,8% em relação a 2014.

“O modal que mais sofre com a retração da economia é o rodoviário, que trabalha com mais cargas industrializadas”, ressalta o presidente da CNT, Vander Costa.

Dados da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) comprovam o quanto a indústria encolheu nesses últimos anos. No primeiro trimestre de 2014, o Estado comemorava um crescimento de 3,8%. Já nos três primeiros meses deste ano, a produção acumula queda de 2,5%.

O economista da Fiemg Sérgio Guerra Xavier destaca que o transporte tem sentido os efeitos da redução da demanda da indústria, que tem sido prejudicada pela contração econômica.

Entretanto, esse não é o único fator. “A produção está menor porque há menos demanda dentro do país, e também porque a procura de nossos principais parceiros, como a Argentina, também está menor. Além disso, não podemos desprezar o impacto do desemprego, que reduz o consumo das famílias de serviços, o que inclui transporte”, ressalta.

Na avaliação de Xavier, que também é professor do Ibmec, o baixo ritmo de crescimento econômico limita o consumo. “Cai o transporte de cargas, mas também cai o de passageiros, pois eles já não têm mais renda para fazer tantos passeios”, avalia.

Para o presidente da CNT, atrair investimentos em infraestrutura é alternativa para colocar o faturamento do setor novamente no caminho do crescimento sustentável.

“A economia tem que crescer. Só assim teremos mais geração de emprego e vamos movimentar o transporte público e o de cargas. A forma de acelerar esse crescimento é buscar Parcerias Público Privadas (PPPS) para investir em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. É assim que vamos dar mais velocidade para a economia”, destaca Vander Costa.

De acordo com o estudo da CNT sobre a conjuntura do transporte, o modal aéreo tem experimentado recuperação. Entretanto, ainda precisa conviver com entraves, como o elevado custo do combustível. Só no ano passado, o preço do querosene de aviação, por exemplo, acumulou alta de 28,4%.  

Fonte: O Tempo – 4/7

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