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Retração em 2019 não abala otimismo da indústria mineira

06 de Dezembro de 2019

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A produção industrial em Minas Gerais recuou percentualmente mais de sete vezes que a média no Brasil neste ano, puxada pela queda brusca na mineração após a tragédia da Vale em Brumadinho, na região metropolitana, em 25 de janeiro. Segundo balanço divulgado ontem, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) estima um recuo de 5% para o indicador do setor no Estado em 2019. A produção industrial nacional, segundo a previsão da entidade, também deve sofrer retração, mas de 0,7%.

Por outro lado, as expectativas do setor industrial para 2020 são altas. A entidade aposta, para o ano que vem, em crescimento de 2,34% do Produto Interno Bruto (PIB), indicador que considera a variação da economia como um todo. Para o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, porém, a projeção é conservadora.

Roscoe acredita que, se as reformas macroeconômicas promovidas pelos governos estadual e federal forem aprovadas, como a recuperação fiscal de Minas apresentada à Assembleia Legislativa pelo governo Zema e a reforma tributária que tramita na Câmara dos Deputados, o crescimento da economia pode chegar a 3% no país e a 5% em Minas.

Roscoe, em tom otimista, chegou a afirmar que o Brasil será “a próxima China” se a agenda liberal proposta pelos Poderes Executivos for colocada em prática. “Tivemos uma contração menor do que esperamos inicialmente e, para 2020, estamos muito otimistas. A taxa de juros está muito baixa, o que vai gerar renda. Com isso, as empresas vão investir mais e terão maior acesso ao crédito, e toda essa dinâmica terá efeito positivo”, diz.

Segundo a Fiemg, os resultados negativos em 2019 foram causados pela incerteza nos mercados internos e externos, que “frustraram expectativas iniciais de 3,7% de avanço (da indústria)” em nível global. Em Minas, a entidade destaca o papel da tragédia da Vale em Brumadinho, que fez o setor de extração mineral retroagir 24,6% no acumulado do ano até setembro. Durante a fala, Roscoe classificou o fato como “acidente".

Emprego

O saldo da geração de empregos da indústria em 2019 no Estado foi puxado, principalmente, pela construção civil, que abriu 35,8 mil vagas no Brasil e 13 mil em Minas no saldo de doze meses até outubro.

Apesar da queda na produção, o faturamento da indústria mineira registrou queda duas vezes menor do que a média anual, retroagindo 0,7% entre janeiro e setembro de 2019, ante recuo de 1,7% no Brasil. Por outro lado, segundo a Fiemg, só a mineração reduziu o faturamento em R$ 22,3 bilhões no Estado e R$ 32,8 bilhões no país, com queda de 71 milhões de toneladas na produção de minério em Minas neste ano.

Fonte: O Tempo – 5/12

 

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