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Relação de preços do etanol é a melhor da história

06 de Agosto de 2018

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As constantes altas nos preços da gasolina, aliadas ao período de safra de cana-de-açúcar, permitiram que o valor do etanol hidratado, em Minas Gerais, retraísse e se tornasse a melhor opção para o consumidor quando comparado com o valor da gasolina. A relação de preços atual é a melhor da história do biocombustível e fez com que o consumo crescesse 90,33% em junho, quando comparado com igual mês do ano anterior. A relação de preços entre os combustíveis, na média estadual, está em 62,5% e, em algumas regiões, como o Triângulo Mineiro, o preço do etanol já representa menos de 60% do valor da gasolina. A tendência é de manutenção do cenário ao longo de agosto.

De acordo com o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, os preços competitivos são fundamentais para estimular o consumo do etanol hidratado. Em média, o valor do biocombustível se torna interessante para o consumidor quando representa até 70% do valor pago pelo combustível fóssil. No Estado, o preço do etanol está representado 62,5% do valor da gasolina. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (ANP), o litro do etanol no Estado está sendo negociado, em média, a R$ 2,99 e a gasolina a R$ 4,78 o litro.

“Hoje estamos com a melhor relação da história entre etanol hidratado e a gasolina. Nunca, no Estado, tivemos o etanol tão competitivo quanto agora, e isso está se refletindo no aumento significativo do consumo”.

Campos destaca que no Estado alguns postos estão comercializando o biocombustível com preços que correspondem a menos de 60% do valor da gasolina. Isso vem ocorrendo na região do Triângulo Mineiro, onde está localizada a maior produção de cana-de-açúcar de Minas Gerais. Em alguns postos de Belo Horizonte, a relação também está abaixo da média estadual.

Os preços mais competitivos foram estimulados por alguns fatores. Além dos reajustes constantes verificados nos preços da gasolina, o período de safra da cana-de-açúcar tem contribuído para a maior oferta do etanol hidratado e favorecido a redução dos preços. Contribuiu também, os preços inferiores do açúcar no mercado internacional, o que estimulou as usinas a apostarem no aumento da produção do biocombustível, que deve encerrar a safra com crescimento de pelo menos 30%.

A tendência é de manutenção dos preços mais competitivos do etanol frente a gasolina, o que vai manter o consumo elevado. Em junho, segundo os últimos dados da ANP, o consumo de etanol cresceu 90,33% frente a igual mês do ano anterior e atingiu o maior volume registrado para o mês na série divulgada pela ANP, que foi iniciada em 2000. No semestre, a alta acumulada é de 86,3%, quando comparada com igual período de 2017. Alta também foi verificada na comparação mensal, 26,57% frente a maio.

Segundo Campos, apesar de a ANP só divulgar o consumo de etanol hidratado de julho no final de agosto, a expectativa, observando a movimentação nas usinas, é superar 200 milhões de litros de etanol consumidos no mês, o que será recorde para o setor.

“Este ano viemos de uma entressafra com grande consumo de etanol, preços competitivos e, hoje, estamos com uma safra muito maior de etanol. Nossa expectativa era alcançar os 200 milhões de litros em maio, porém, com a greve dos caminhoneiros, não foi possível. Acreditamos que em julho chegaremos à marca, com o consumo estimulado pelo período de férias, preços competitivos e pelo fato de o mês ter um dia a mais que junho”, explicou Campos.

Fonte: Diário do Comércio – 04/08/2018

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