26 de Junho de 2018
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O volume total de etanol comercializado pelas unidades produtoras do Centro-Sul no mercado interno somou 1,41 bilhão de litros nos primeiros quinze dias de junho, notável crescimento de 48,15% em relação à mesma quinzena do ano anterior (952,35 milhões de litros), representando um novo recorde nas vendas de etanol.
Esse aumento deve-se à expansão das vendas de hidratado no mercado doméstico que alcançou 907,07 milhões de litros na primeira metade de junho, recorde histórico na comercialização quinzenal. O volume indica um aumento de 66,54% em relação ao montante observado no mesmo período da safra 2017/2018 (544,67 milhões de litros).
O volume de etanol anidro direcionado ao mercado interno, por sua vez, alcançou 503,79 milhões de litros nos primeiros quinze dias de junho, registrando crescimento de 23,57% em relação aos 407,68 milhões vendidos na mesma quinzena de 2017.
Para Antonio de Padua Rodrigues, diretor Técnico da UNICA, o resultado histórico decorre da maior competitividade do hidratado frente à gasolina e do impacto da greve dos caminhoneiros, que exigiu a interrupção da produção e comercialização de etanol na 2ª quinzena de maio. “Com a normalização das operações no setor de combustíveis, houve a retomada das vendas pelas unidades produtoras para atender o consumo e a recomposição dos estoques operacionais dos distribuidores, postos de revenda e dutos”, acrescenta o executivo.
No caso do etanol anidro, é oportuno mencionar que a maior entrega do biocombustível pelas unidades produtoras também foi influenciada pela ampliação da operação de cabotagem e das transferências para atendimento da demanda na região Norte-Nordeste.
Por fim, as exportações quinzenais de etanol pelas empresas do Centro-Sul somaram apenas 29,77 milhões de litros no início de junho, registrando queda de 57,71% em relação aos primeiros quinze dias de junho de 2017.
Moagem e qualidade da matéria-prima
No acumulado desde o início da safra 2018/2019 até 15 de junho, a quantidade de cana processada no Centro-Sul atingiu 176,97 milhões de toneladas contra 151,71 milhões contabilizadas em igual período do ciclo anterior.
A qualidade da matéria-prima processada, medida a partir da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), atingiu 126,50 kg de ATR por tonelada de cana, mantendo alta de 4,55% em relação ao valor da safra 2017/2018.
“O clima seco observado desde o início dessa safra permitiu um maior rendimento da colheita e melhorou a qualidade da matéria-prima processada até o momento. Entretanto, essa condição deve promover redução na produtividade da cana colhida nos próximos meses, reduzindo significativamente a oferta de matéria-prima para processamento”, explica Pádua.
Ainda em relação à produtividade agrícola, cabe registrar que o maior rendimento observado nos meses de abril a maio de 2018 não retrata a condição esperada para a safra. Isso porque a lavoura colhida nesses meses não foi impactada de forma expressiva pelo clima mais seco, além disso, nesse período ampliou-se a colheita de cana de ano-e-meio, elevando a produtividade média da área – em 2018 a área colhida com cana de 18 meses representou 19%, enquanto que em 2017 esse percentual foi de apenas 11%.
Caso o perfil de colheita observado nos dois primeiros meses dessa safra fosse igual ao registrado na safra 2017/18, o comportamento da produtividade agrícola acumulada seria alterado de 1,81% de crescimento (81,48 toneladas por hectare ante 80,03 toneladas por hectare) para uma retração de 1,20% (79,07 toneladas por hectare versus 80,03 toneladas por hectare).
Nos primeiros 15 dias de junho, mais 10 unidades produtoras iniciaram a safra, totalizando 255 unidades operando no Centro-Sul. Até esta mesma data do último ano, eram 266 plantas em operação.
Produção de açúcar e etanol
“No acumulado desde o início da safra, 64,98% da cana foi direcionada à produção do etanol renovável, confirmando a expectativa de mix de produção mais alcooleiro e de maior oferta de etanol no mercado doméstico”, ressalta Padua.
Desde o início da safra até 15 de junho, a produção de açúcar atingiu 7,47 milhões de toneladas. Já o volume acumulado de etanol alcançou 8,71 bilhões de litros.
No acumulado desde o início da safra, foram fabricados 137,04 milhões de litros de etanol de milho, registrando crescimento de 161% em relação ao volume produzido em igual período do ano passado.
Padua esclarece: “O volume de hidratado fabricado até o momento já representa um incremento de 80,91% em relação à safra passada”. Caso não tivesse ocorrido mudança no mix de produção das usinas, a fabricação acumulada de açúcar já teria alcançado 9,5 milhões de toneladas, com acrescimento próximo de 2 milhões de toneladas em relação à quantidade efetivamente registrada nesse ano”.
Nessa linha, cabe mencionar que a produção de açúcar por tonelada de cana nessa safra alcançou apenas 42,21 kg contra 53,41 kg no mesmo período do ciclo 2017/2018.
Fonte: Unica – 26/06/2018
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