15 de Maio de 2017
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A Raízen Combustíveis, distribuidora de combustíveis da Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, apresentou uma oferta não vinculante por ativos da própria Shell na Argentina. A companhia anglo-holandesa colocou à venda uma refinaria e sua rede de aproximadamente 600 postos de abastecimento naquele país no início deste ano, como parte de amplo plano de desinvestimentos.
Conforme a diretora de Relações com Investidores da Cosan, Paula Kovarsky, a oferta foi apresentada para que a Raízen continuasse no processo de venda dos ativos, que numa segunda fase deverá se restringir a três interessados, segundo informação da Bloomberg. "É uma oferta não vinculante, para continuar no processo e ter oportunidade de estudar mais a fundo", afirmou.
Uma proposta firme de compra somente será apresentada se ficar claro que o negócio faz "sentido econômico". "E se a gente entender que tem sinergias interessantes a capturar", acrescentou Paula. Em relação à ordem de grandeza da operação, a diretora comentou que o negócio seria equivalente a agregar "mais um Estado do Sul à conta" e a Raízen teria condições de absorvê-lo com razoável facilidade. "A gente sempre olha oportunidades. É dever de ofício", disse.
Caso decida seguir adiante com uma oferta e saia vencedora no processo, a Raízen Combustíveis vai internacionalizar sua operação, hoje concentrada no Brasil com 6.043 postos com a bandeira Shell. Reportagem do jornal argentino "Clarín", com base em informações da Bloomberg, a empresa anglo-holandesa recebeu ao todo oito propostas, que ficaram entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões.
Além da Raízen, informa o Clarín, apresentaram ofertas a chilena Luksic, Trafigura, Vitol, PetroChina, Pluspetrol e Southern Cross Group. Havia dúvidas quanto à participação da YPF. A Shell teria solicitado aos potenciais compradores a manutenção de sua marca nos postos.
A diretora da Cosan afirmou ainda que a expectativa para o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Raízen Combustíveis no segundo trimestre é de evolução de "um dígito baixo a médio". "Essa expansão vai depender da volatilidade dos preços e recuperação do volume", observou.
No primeiro trimestre, esse resultado cresceu 7,9% na comparação anual, para R$ 625,3 milhões. Pelo critério ajustado, a alta foi de 16,5%, para R$ 681,8 milhões. O investimento alcançou R$ 227 milhões (mais 27%), concentrado em expansão e renovação da rede de postos revendedores, em linha com o plano anual.
O volume total de vendas de combustíveis subiu 1,3%, para 6,12 milhões de metros cúbicos, ante queda de 1% do mercado nacional, segundo dado da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O destaque ficou por conta das vendas do chamado ciclo Otto (gasolina e etanol), com crescimento de 3%.
Conforme Paula, o ano começou com alguns sinais de arrefecimento na dinâmica de queda mais pesada na demanda por combustíveis observada nos últimos dois anos, mas a base de comparação ainda é fraca.
Nesse mercado, a estratégia da Raízen é a expansão da rede de distribuição com conversão de postos e renovação de contratos existentes. A empresa também investe pesado em logística.
(Fonte: Valor Econômico – 12/05/17)
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