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Queda no preço do açúcar aos produtores não reflete para consumidores

24 de Julho de 2017

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O preço do açúcar despencou nas usinas paulistas, mas nos supermercados da RPT (Região do Polo Têxtil) a redução para os consumidores ainda é mínima. Enquanto no campo a diferença no valor da saca entre julho de 2016 e o mesmo período deste ano beira os 29%, nas gôndolas o índice é de pouco mais de 5%.

De acordo com as avaliações feitas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) a última vez que as usinas comercializaram a saca de 50 quilos por R$ 61 foi em outubro de 2015 o que deveria empurrar teoricamente, o preço do produto cada vez mais para baixo. Em novembro do ano passado, a mesma saca estava sendo vendida por mais R$ 100.

A explicação para esta diminuição nos preços, segundo o centro, é o início da temporada de moagem de cana. "Em época de safra, com a produção em crescimento, compradores têm maior poder de negociação, conseguindo valores menores", escreveu o Cepea em seu boletim de avaliação semanal. "A maior oferta de açúcar e o recuo de compradores são os principais motivos para a queda dos preços no spot paulista", continuou o instituto. "O clima seco tem favorecido tanto a colheita da cana-de-açúcar quanto a produção do adoçante nas usinas de São Paulo. Além disso, o forte recuo dos preços internacionais do açúcar demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures) também ajudou a pressionar os valores no Brasil", explicou o órgão.

Apesar do momento favorável para os consumidores, nos supermercados os preços variam entre R$ 2,30 e R$ 2,75 para o pacote com um quilo. No mesmo período no ano passado, o valor era de R$ 2,90 em média, quando as chuvas, a expressiva alta do dólar e a elevada demanda por etanol haviam disparado o preço do produto básico. Em julho de 2015 o mesmo produto saia por R$ 1,80.

Vai e volta

Administrando uma doceria em Americana, o empresário Raoni Vilela diz que não só não tem sentido diferença nos preços dos produtos à base de açúcar, como vem na verdade, absorvendo o aumento de custos. "O que a gente percebe é que em janeiro, independente do que está acontecendo no campo ou não, os preços só sobem", pontuou.

Ele diz que itens como chocolates, sorvetes e outros produtos de confeitaria chegaram a dobrar de valor na virada do ano impactando em seu negócio. "A gente tenta absorver isto e não repassar aos clientes, mas não tem jeito, na virada do ano acabamos tendo que mexer no cardápio o mínimo possível", pontuou.

(Fonte: O Liberal – 21/07/17)

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