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Queda do preço do açúcar preocupa o setor

15 de Maio de 2017

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O preço do açúcar no mercado internacional por volta (ou até menos) de 15 cents de dólar libra-peso preocupa o setor, mas as principais consultorias especializadas no segmento sucroenergético dizem que o preço voltará a subir. A Canaplan prevê que, ainda este ano, voltará à casa dos 20 cents.

Segundo a Datagro Consultoria, após dois anos de déficit global de açúcar, a safra global 2017/18 (de outubro de 2017 a setembro de 2018), pode voltar a ter um superávit, estimado em 1,5 milhão de toneladas, cenário, no entanto, que pode migrar para um déficit de 2,2 mi de toneladas. “Mas a safra ainda será de preços bons, com preços de exportação entre 19 cents e 21 cents (por libra peso)”, tranquiliza Plínio Nastari, presidente da Datagro.

Arnaldo Corrêa, da Archer Consulting, comenta que, olhando o curto prazo é sempre mais difícil apostar o que os preços vão fazer amanhã. Mas, o Consultor salienta que, a visão fundamentalista imparcial mostra inequivocamente que o mercado de açúcar é construtivo no longo prazo, principalmente por não haver no Brasil nenhuma possibilidade de expansão de produção que atenda a demanda potencial nos próximos anos.

“A solução vai ter que passar pela combinação ou escolha de se importar mais gasolina, etanol de milho ou os preços dos combustíveis para o consumidor. Isso posto, achamos que a visita que o mercado faz à vizinhança dos 15 centavos de dólar por libra-peso terá vida curtíssima e os fundos que apostam numa maior queda do preço do açúcar podem quebrar a cara como já ocorrera em sua participação no café no ano passado. No segundo semestre, não será surpresa se os preços do açúcar em NY retornarem ao patamar de 18-20 centavos de dólar por libra-peso. Salvo se houver a presença de algum fator exógeno extraordinário”, diz Corrêa.

Mas, na visão de Corrêa, o que ainda pode colocar o mercado de açúcar em NY mais para baixo? “Bem, alguns pontos devem ser cuidadosamente observados: a) se o petróleo permanecer por longo período abaixo dos 50 dólares por barril combinado com um real fortalecido; b) se o Centro-Sul produzir além de 600 milhões de toneladas de cana; c) se os fundos adicionarem mais vendas à sua posição vendida a descoberto (esta semana não fizeram isso); d) se o mix de açúcar for acima de 47.5%; e) se a Petrobras diminuir o preço da gasolina (com base no preço internacional, essa possibilidade existe).”

(Fonte: CanaOnline – 15/05/17)

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