24 de Junho de 2020
Notícias
A redução da demanda por etanol arrefeceu nas últimas semanas nos principais mercados. Segundo João Teixeira, presidente da Copersucar, que comercializa o biocombustível nos EUA e no Brasil, as vendas do produto no mercado americano estão agora com uma queda de 9%, após atingir reduções de até 60% no auge da crise, em abril. No Brasil, a redução está em torno de 20% a 30%, após atingir picos de 50% a 60% em abril.
Segundo o executivo, a retomada das atividades econômicas nos Estados Unidos e em outros países tem reativado a demanda por etanol, e com algumas mudanças. "O consumidor mudou de postura. Passou a valorizar mais o carro particular do que o transporte público com medo de contaminações", afirmou.
Ele ressaltou, porém, que "ainda veremos ida e vinda em vários mercados" e citou essa possibilidade em decorrência de uma segunda onda de contágios. Para Teixeira, porém, "a tendência é de recuperação para essa demanda".
Demanda acelerada
Segundo Tomas Manzano, o Brasil poderá importar etanol dos Estados Unidos caso a retomada da demanda interna seja acelerada, o que pode abrir janelas de arbitragem para trazer o produto do mercado americano, que está com excedente.
Porém, no momento, a companhia não vê "volumes relevantes" de importação por causa de arbitragem favorável ao produto americano.
No Brasil, como as usinas têm a possibilidade de "virar" suas indústrias para a produção de açúcar, a produção de etanol tem caído e está entrando em equilíbrio com a retração da demanda, segundo o executivo.
Ele lembrou ainda que desde ano passado há superoferta de etanol nos Estados Unidos, que costuma ser um importador líquido.
"A arbitragem nos dois mercados está bastante restrita. Mas não significa que, com volatilidades, não possa haver janela de produtos de importação e exportação", afirmou.
Fonte: Valor Investe - 23/06
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