22 de Janeiro de 2018
Notícias
Abastecer um carro está ficando cada vez mais caro. Afinal, quem é o cidadão que gosta de pagar cerca de R$ 4 em um simples litro de gasolina? Detalhe: que vai render cerca de 15 quilômetros, no máximo. Nesses tempos de aumento da gasolina, sempre volta discussão: abastecer com o etanol pode valer a pena?
Nas conversas entre motoristas, sempre havia um número mágico: se o preço do etanol equivaler até 70% do preço da gasolina, era mais vantajoso. No entanto, nenhum estudo comprovava isso. Até agora.
Segundo um levantamento realizado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) juntamente com o Instituto Mauá de Tecnologia, o álcool pode ter melhor custo-benefício que a gasolina se tiver um preço equivalente a até 75,4% da gasolina. No pior dos cenários, vale praticamente aquele número mágico: 70,7%.
“Essa flutuação ocorre por diversos motivos, como pista molhada, condição da estrada e afins”, diz Alfred Szwarc, consultor de emissões e tecnologia da UNICA.
Para chegar a esse resultado, as duas instituições separaram 20 veículos distintos de quatro modelos diferentes: popular 1.0, sedan médio, SUV e popular 1.6. Depois, percorreu 15 vezes a distância de 27 quilômetros em trecho urbano e 30 quilômetros em trecho rodoviário.
De acordo com Szwarc, o etanol ainda tem potencial de alcançar um melhor custo-benefício. Isso pode acontecer porque as empresas estão estudando novas engenharias para fazer os motores serem mais produtivos com o etanol. O especialista enxerga potencial desse número chegar a até 80% do rendimento da gasolina.
Rota 2030
O programa de incentivo para a indústria automotiva Rota 2030 pode acelerar esse processo, segundo Szwarc. Isso, no entanto, esbarra na vontade do governo de rediscutir os termos com as montadoras.
A pressão da Organização Mundial do Comércio (OMC) quanto aos programas de incentivo para a indústria no Brasil acendeu o sinal de alerta no governo. A entidade global considerou protecionistas em excesso os políticos do Inovar-Auto, que será encerrado em 31 de dezembro deste ano.
Além da pressão da OMC, é de conhecimento popular a falta de caixa do governo, que corre atrás de quaisquer quantias possíveis para diminuir o rombo fiscal. Logo, incentivos devem ser renegociados.
Enquanto isso…
Alheio às discussões do setor com o governo, o usuário quer que o combustível do seu carro renda mais. Por isso, a UNICA e o Instituto Mauá trazem alguns conselhos para quem quer tirar o máximo desempenho até da última gota de gasolina ou etanol.
Com a pesquisa, foi comprovado que hábitos de motoristas distintos poderiam resultar em um menor consumo de combustível. Confira algumas delas:
1 – Ar condicionado nas rodovias ajuda a economizar combustível – Por conta da velocidade alta em uma estrada, deixar as janelas fechadas resulta em um menor consumo de combustível. Isso acontece por conta do favorecimento da aerodinâmica do veículo – logo, o ar condicionado consome menos que janelas abertas.
2 – Calibrar os pneus reduz o consumo de combustível – essa é conhecida por quase todos os motoristas. Manter os pneus descalibrados pode resultar o gasto de gasolina ou etanol em até 3%.
3 – Aceleração constante reduz consumo – Aquele famoso acelera e para da hora do rush ajuda a gastar mais combustível. Manter a velocidade constante, sem forçar o motor, ajuda na economia. E quando for ultrapassar, evite as subidas: elas também vão fazer você gastar mais com gasolina ou etanol.
4 – Carro engatado em descida é mais econômico que o ponto morto – Muitos motoristas preferem controlar o carro na descida em ponto morto. Ledo engano. Por conta da injeção eletrônica da maioria dos veículos, os carros possuem o modo cut off, que cessa o envio de combustível para o motor. Algo que não acontece no ponto morto.
Fonte: Consumidor Moderno – 19/01/2018
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