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Próxima safra de cana deve ser 4,2% inferior

20 de Novembro de 2017

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A próxima safra de cana-de-açúcar do Centro-Sul do País deve somar 560 milhões de toneladas, volume 4,2% menor que os 585 milhões de toneladas previstas para o ciclo atual, estima o CEO da RPA consultoria, Ricardo Pinto.

"Esse volume poderá ser ainda menor que isso", avalia o consultor. Ele ainda estima que a produção atual deve ser de 580 milhões de toneladas, cinco milhões a menos do que o volume estimadas pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) para as usinas do Centro-Oeste.

Ele cita entre as razões para a estimativa a queda dos preços do açúcar em 2017. Os valores pagos pela tonelada no mercado internacional recuaram de 19,20 centavos de dólar por libra peso em novembro do ano passado para 14,96 centavos de dólar por libra peso na última sexta-feira, queda de 22% ao longo dos últimos 12 meses.

Isso fez com que a safra atual tivesse um mix mais alcooleiro, amparado pela melhora nos preços do etanol desde setembro. "Essa queda estimada para a produção pode ser um estímulo para a valorização dos preços."

Outro motivo é a perspectiva de uma menor produtividade na próxima temporada. Essa retração deve ser motivada pelas dificuldades financeiras das empresas, que devem fazer com que as indústrias reduzam os tratos culturais na próxima safra, e também deixem de renovar os canaviais, medidas que têm um impacto significativo no campo.

O consultor destaca também que o setor tem se mostrado mais propenso a uma consolidação do que a uma expansão das atividades. Ele cita como exemplo a Biosev, que anunciou na última sexta-feira (9) o fechamento da unidade de Maracaju, em Mato Grosso do Sul para conter custos.

Já a Raízen, joint venture entre a Cosan e Shell, comprou duas unidades da Tonon Bioenergia, para que pudesse ampliar a moagem de 58 milhões de toneladas para 60 milhões de toneladas, segundo o consultor. "O setor não está crescendo em capacidade, mas está focado na incorporação."

 (Fonte: DCI – 17/11/17)

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