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Projeto testa forma de recarregar ônibus elétricos nos pontos de embarque

16 de Maio de 2019

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Um celular dificilmente aguenta um dia todo de uso intenso longe da tomada. Um ônibus elétrico, tampouco.

Para resolver o problema da falta de autonomia destes veículos, um experimento na cidade de Genebra busca uma nova saída: colocar pontos de recarga nas paradas pelo caminho.

Assim, durante o embarque dos passageiros, o ônibus ergue uma espécie de plugue, que se conecta a uma base e recebe uma carga de energia de 600 KW em 20 segundos. Essa recarga concentrada abastece a bateria e dá energia para seguir viagem até a próxima base.

O modelo lembra o dos trólebus, mas sem a necessidade de esticar fios pelas ruas. O carregador no ponto é ligado na rede elétrica regular, de modo subterrâneo. Junto ao ponto, ficam equipamentos para adaptar a corrente elétrica.

O teste com esse sistema, chamado Tosa, começou em dezembro de 2017 em Genebra. Ele também está em uso em Nantes, na França. Ao todo, 12 ônibus alimentados por esta tecnologia já percorreram 500 mil quilômetros, segundo a fabricante ABB.

A empresa pretende trazer essa tecnologia ao Brasil e debate com fabricantes como fazer isso. “O grande desafio está em ter ônibus adequados. Estamos em desenvolvimento com integradores para produzir veículos elétricos compatíveis, com fornecedores locais do Brasil”, diz Glauco Freitas, vice-presidente de marketing e vendas da divisão de Power Grids da ABB.

“Esperamos que o governo crie uma regulação clara, algo que falta, e que também dê incentivos. Essa transição [do diesel ao elétrico] vai exigir dinheiro”, disse Freitas ao blog.

A expectativa é que a regulação para os ônibus elétricos saia após uma consulta pública realizada pela Aneel, cujas conclusões devem ser publicadas até setembro.

A facilidade de recarga é uma das principais vantagens do diesel: o ônibus é abastecido de madrugada e, com o tanque cheio, é capaz de rodar o dia todo, algo que os elétricos não conseguem fazer em situações de uso intenso.

Para ter maior autonomia, os novos coletivos precisam de baterias mais caras ou maiores, o que aumenta o custo de fabricação e diminui a área útil para os passageiros. Esses fatores atrasam a sua adoção pelas empresas.

Apesar dos entraves ainda por resolver, os ônibus elétricos trazem duas enormes vantagens: não poluem o ambiente e são muito mais silenciosos do que veículos a diesel.

Folha de São Paulo (Blog Avenidas) - 15/05/2019

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