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Projeto de pesquisador da Embrapa Agroenergia vence o prêmio da ABBI em Bioeconomia

27 de Julho de 2018

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Projeto da Embrapa Agroenergia em tema da Biotecnologia Industrial foi o vencedor do Prêmio Brasil Bioeconomia 2018 na categoria ideia promovido pela Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial (ABBI). O anúncio foi hoje pela manhã, em São Paulo, durante o Fórum com a mesma temática.

Foram mais de 30 inscritos de seis estados brasileiros e as soluções propostas para uma multiplicidade de setores. “Da indústria química e de biocombustíveis à mineração, passando pelo segmento de cosméticos e alimentos, vimos um nível excepcional de tecnologias e empresas com enorme potencial para acelerar a consolidação da bioeconomia avançada brasileira”, afirma o presidente da ABBI, Bernardo Silva.

O projeto “Produção de ácido xilônico a partir de hidrolisados de biomassa lignocelulósica”, liderado pelo chefe de pesquisa da Unidade, João Ricardo Almeida, com início em 2015, busca a utilização da biomassa para produção de etanol lignocelulósico e outros compostos químicos de interesse biotecnológico tem sido amplamente avaliada.

De fato, salienta o pesquisador, várias linhagens microbianas capazes de produzir etanol e outros químicos de interesse a partir dos açúcares presentes na biomassa têm sido obtidas por Engenharia Metabólica. “Neste projeto visamos obter, por engenharia metabólica, leveduras Saccharomyces cerevisiae e Pichia pastoris capazes de produzir ácido xilônico a partir de fontes renováveis, mais especificamente da fração hemicelulósica da biomassa”, destaca João Almeida.

De acordo com ele, o ácido xilônico tem aplicações bastante versáteis, pode ser utilizado na indústria de alimentos, química e farmacêutica e, também, como bloco construtor para moléculas químicas. Em relatório do Departamento de Energia dos EUA, o ácido xilônico aparece entre os 30 melhores produtos químicos de valor agregado a ser produzidos a partir de biomassa. Leveduras robustas capazes de produzir ácido xilônico em hidrolisados de biomassa serão obtidas neste projeto, utilizando-se diferentes estratégias de engenharia metabólica.

Destacando-se a identificação de novas enzimas e genes alvos para o melhoramento genético combinada com subsequentes ciclos de engenharia metabólica e caracterizações fisiológicas das linhagens geradas. Para alcançar os objetivos do projeto, uma rede de pesquisadores com reconhecida experiência na área foi reunida. Essa proposta é inovadora por associar estratégias únicas de engenharia metabólica de leveduras a condições de processo para produção de composto químico de interesse biotecnológico ainda pouco explorado.

O projeto traz impactos significativos para a sociedade, não somente por resultar em microrganismos produtores de ácido xilônico a partir de fonte renovável, mas também, por agregar valor à cadeia dos biocombustíveis e da indústria química, além de formar recursos humanos em área estratégica para o País.

O desenvolvimento de biorrefinarias que é baseado na integração de processos de conversão de biomassa para a produção de combustíveis, energia e produtos químicos, tem sido apontado como forma de viabilizar economicamente a cadeia produtiva de biocombustíveis, valorar resíduos e coprodutos, e reduzir a eliminação de resíduos industriais.

Fonte: Embrapa Agroenergia

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