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Produção mundial de biocombustíveis avança 3,2% em 2017, diz BP

23 de Julho de 2018

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Depois de ter enfrentado uma freada brusca em 2014, quando teve crescimento praticamente igual a zero, a indústria mundial de biocombustíveis parece estar voltando a acelerar o passo – mesmo que em um ritmo um pouco mais lento do que antes. Em 2017, a produção cresceu um pouco mais de 3,2%, o melhor resultado em três anos. O dado vem da edição mais recente do relatório Statistical Review of World Energy, divulgado pela petroleira britânica BP.

Pelas contas da petroleira, a produção mundial de biocombustíveis em 2017 passou dos 84,1 milhões de toneladas de óleo equivalente (Mtoe). São cerca de 2,6 Mtoe a mais do que no ano anterior e o melhor resultado em uma série histórica que vem desde 1990.

Segundo a BP, a maior parte do volume novo colocado no mercado é de etanol, que agregou cerca de 1,5 Mtoe em produção nova no ano passado. O avanço ficou em torno dos 3%, em linha com o crescimento geral do setor. Embora tenha agregado menos volume – 1,1 Mtoe – no ano passado, o biodiesel, por partir de uma base menor, registrou crescimento de 4%

Apesar deste resultado positivo, a indústria está mesmo crescendo mais devagar. Entre 2006 e 2016, a produção avançou a um ritmo de 11,4% ao ano. Se o número for atualizado para o período entre 2007 e 2017, a média anual de crescimento cai para menos de 8,5%. Isso ocorre à medida em que vão passando que os efeitos do boom vivido pelo segmento na primeira década do milênio, quando a taxa de expansão passou dos 20%.

Distribuição

Na liderança do segmento desde 2006 – ano em que desbancou a América do Sul e Central –, os países da América do Norte fabricaram pouco menos de 38,2 Mtoe em biocombustíveis. Estados Unidos, Canadá e México respondem por cerca de 45,5% do total mundial.

Em termos de expansão, no entanto, a América do Norte vem avançando menos que o restante do mundo. Entre 2016 e 2017, o crescimento da produção ficou abaixo de 2,7%. A América do Sul e Central – segunda maior região produtora, com quase 22,7 Mtoe fabricados – também teve um avanço relativamente tímido, de 2,9%.

É da região Ásia-Pacífico que veio a maior parte do impulso verificado no ano passado. A produção de biocombustíveis no agregado do bloco, que reúne 26 países da Ásia e Oceania, passou dos 9 Mtoe em 2017. Um salto de 5,7% em relação ao ano anterior.

Brasil

O Brasil manteve sua tradicional vice-liderança no setor – perdendo somente para os Estados Unidos – com uma produção equivalente a 18,4 Mtoe em biocombustíveis. Embora tenha crescido cerca de 1,6% sobre o resultado de 2016, o volume registrado pela BP ainda é inferior aos 19,3 Mtoe de 2015.

Nos últimos 10 anos, o crescimento médio da indústria brasileira de biocombustíveis está um pouco acima de 4%.

Gota

Em termos da demanda total de energia do mundo, os biocombustíveis são uma gota no oceano. Eles representaram módicos 0,62% dos 13,5 bilhões de toe que foram consumidos no ano de 2017. Essa gota, no entanto, já foi bem menor. No começo dos anos 2000, a fatia dos biocombustíveis no mercado total estava em 0,11%.

Dentro do grupo das energias renováveis – que representam 486,8 Mtoe –, os biocombustíveis têm uma fatia mais robusta, de 16,5%.

Os combustíveis fósseis continuam dominando o mercado de energia. O petróleo é – de longe – a fonte mais relevante em termos mundiais, com 4,62 bilhões de toe. O carvão vem atrás, com 3,73 bilhões de toe. O gás natural aparece em terceiro e tem 3,15 bilhões. Nenhuma outra fonte chega a marca de um bilhão.

Fonte: Nova Cana – 20/07/2018

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