23 de Agosto de 2018
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A produção mundial de açúcar deve atingir um recorde de 184,170 milhões de toneladas na safra atual 2017/2018 e ser ampliada para 185,215 milhões de toneladas no ciclo 2018/2019. As projeções foram apresentadas nesta quarta-feira (22/8), pela Organização Internacional do Açúcar (OIA), que tem sede em Londres, por meio do relatório trimestral Market Outlook.
Esta foi a primeira vez que a entidade divulgou sua estimativa para a safra que começará em outubro e se encerrará em setembro do ano que vem.
"Na próxima temporada, espera-se que a produção global aumente em mais de 1,045 milhão de toneladas para alcançar um novo recorde", comparou a instituição, explicando que se espera um ganho da oferta pela Índia de até 1,75 milhão de toneladas em comparação com a safra atual.
"Em contraste com a temporada anterior de outubro a setembro, a projeção para a produção no Brasil deve mostrar um crescimento moderado, assumindo um retorno das condições climáticas normais e recuperação gradual na safra 2019/2020", salientou. Já a Tailândia deve apresentar uma redução da produção da safra de 2017/2018 para a de 2018/2019 de 1,420 milhão de toneladas e a União Europeia, de 1,066 milhão de toneladas.
A demanda projetada pela OIA em 2017/2018 é de 175,573 milhões de toneladas de açúcar e, para 2018/2019, de 178,468 milhões de toneladas, um crescimento mundial de 2,895 milhões de toneladas, ou um aumento de 1,65%. "A taxa de crescimento prevista está em linha com a média de dez anos, de 1,67%", comparou a entidade, acrescentando que, nesta fase da temporada, a instituição não está "inclinada a especular sobre uma possível aceleração do crescimento do consumo devido a preços mundiais fracos durante um ano de superávit global".
Superávit na safra 2018/2019
A Organização também apresentou sua primeira estimativa para o balanço da commodity na safra de 2018/2019, que terá início em outubro e se encerrará em setembro do ano que vem. De acordo com a entidade, será mais um ciclo de superávit da produção em 6,747 milhões de toneladas.
Números preliminares apontados pela instituição já sinalizavam uma oferta excedente para o período de cerca de 6 milhões de toneladas. O excesso de açúcar previsto para a próxima safra, porém, é um pouco menor do que o estimado para a temporada atual (2017/2018), de 8,597 milhões de toneladas.
As previsões apontavam para uma produção acima de 5 milhões de toneladas, mas no último relatório mensal a OIA já previa uma produção de 10,512 milhões de toneladas acima do consumo, o que seria o maior excedente da oferta mundial da commodity da história da comercialização internacional.
A organização também já apontou, no passado, que previa um possível fim da fase de superávit no ciclo 2019/2020, porém, no documento divulgado nesta quarta-feira, não houve uma nova menção sobre essa possibilidade.
"Os fundamentos do mercado não devem apoiar os valores de mercado ao longo dos próximos 12 meses", considerou a entidade no relatório.
A OIA salientou que, atualmente, os preços mundiais do açúcar bruto (preço diário ISA) estão em torno de 11 centavos de dólar por libra-peso, um nível não visto há quase uma década. O Índice de Preços de Açúcar Refinado (ISO) caiu de US$ 390,00 por tonelada no início de 2018 para o nível atual abaixo de US$ 320,00 por tonelada.
Fonte: Estadão Conteúdo - 22/08/18
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