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Preço do etanol acompanha alta da gasolina na Capital

24 de Maio de 2018

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O preço médio do etanol em Minas vem sofrendo quedas seguidas, segundo aponta a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Mas, no dia a dia dos postos de combustível, a realidade é outra, com o consumidor tendo que conviver com altas do biocombustível. Essa variação pode estar ocorrendo por ajuste de mercado, provocado pelos aumentos no valor da gasolina, já que a precificação é livre para os revendedores.

A avaliação é do presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos. Ele alerta que, devido à greve dos caminhoneiros e do desabastecimento em alguns postos, o comportamento dos preços passa a ser imprevisível. Além desse impacto, a paralisação dos motoristas já provocou desabastecimento em supermercados e até redução de viagens de ônibus na Capital.

De acordo com a ANP, o preço médio do etanol em Minas neste mês é de R$ 2,983, enquanto em abril foi de R$ 3,153 e, em março, de R$ 3,188. A queda, segundo explica Campos, coincide com a safra da cana-de-açúcar. Porém, como no período ocorreram altas constantes do preço da gasolina, os revendedores acabaram subindo o preço do etanol, tomando o cuidado de deixar uma margem para tornar vantajoso o abastecimento com o biocombustível.

Mas, para Mário Campos, com a greve dos caminhoneiros impactando na distribuição de combustível, os preços passam a ficar imprevisíveis. “O que está acontecendo agora pode nos levar a um colapso”, diz. Como exemplo, ele cita a própria situação das usinas, que estão reduzindo o ritmo de produção devido ao risco de ficarem sem o combustível para as máquinas.

Desde a tarde de anteontem, os caminhoneiros passaram a reforçar a paralisação nas distribuidoras de combustíveis e derivados no Estado, entre elas a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Os protestos tiveram início na segunda-feira e foram motivados pelas constantes altas no valor do diesel.

Sindicato - Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Combustível e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), Irani Gomes, não há previsão quanto ao término do movimento, o que depende da resposta do governo à demanda dos caminhoneiros. Segundo Gomes, cerca de 3.500 caminhoneiros que transportam combustível no Estado aderiram à greve.

Ônibus e alimentação - Os impactos da greve já estão sendo sentidos em outros setores. Ontem, a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) informou que o movimento dos caminhoneiros já provoca desabastecimento nas empresas operadoras da Capital. Com isso, a partir de hoje, está autorizada a redução no número de viagens de ônibus, fora do horário de pico.

Também já foram detectados problemas de abastecimento em supermercados. A Associação Mineira de Supermercados (Amis) divulgou nota informando que se solidariza com os caminhoneiros, mas manifesta preocupação com o abastecimento de gêneros básicos e pede agilidade do governo na negociação com os grevistas. Segundo a nota, empresas filiadas à Amis reportaram que já tiveram afetada sua rotina de recebimentos de produtos em todo o Estado.

Fonte: Diário do Comércio – 24/05/2018

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