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PLD ficará em médios R$ 354 pelo megawatt-hora em 2017, avalia CCEE

08 de Maio de 2017

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O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), empregado como indicador para venda de eletricidade da biomassa da cana de açúcar no mercado spot, ficará elevado ao longo de 2017.

A previsão é da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

O PLD anual, segundo as projeções apresentadas, deve ficar na faixa de R$ 354/MWh ao longo de 2017 com expectativa de redução mais expressiva no mês de novembro, quando pode atingir R$ 260/MWh em todos os submercados. Para 2018, a análise indica possibilidade do preço atingir valores mínimos no meio do ano.

A alta do PLD resulta da hidrologia ruim, que afeta diretamente os reservatórios das usinas hidrelétricas, principais responsáveis pelo abastecimento de energia elétrica no país.

“A hidrologia ruim nos primeiros meses de 2017, confirmaram o período úmido abaixo da média histórica, situação que deve permanecer em maio, em todos os submercados, impactando para a elevação do PLD ao longo de 2017”, ressaltou o gerente de preços da CCEE, Rodrigo Sacchi, em evento da instituição realizado em 02/05.

Segundo Sacchi, o aumento do preço do indicador ainda é reflexo do período úmido abaixo da média histórica. Isso levou o PLD a uma média de R$ 354/MWh no Sudeste/Centro-Oeste, principal submercado do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Abaixo da média

Mesmo com ligeira melhora, a previsão de ENAs para maio ainda permanecem abaixo da média histórica para o mês em todos os submercados: Sudeste (72% para 80%), Sul (de 73% para 83%), Nordeste (de 24% para 25%) e no Norte com as afluências passando de 74% em abril para 76% em maio.

Apesar de abril ser caracterizado como o último mês do período úmido no Sudeste, principal bacia do sistema, as afluências foram inferiores à média histórica, o que impactou diretamente os níveis dos reservatórios do Sistema, sem recuperações expressivas. No Sudeste, os níveis subiram apenas 0,2%, fechando abril com 41,8% de energia armazenada.

Os reservatórios do Sul ficaram em 43%, queda de 0,4%, enquanto os níveis no Nordeste permaneceram sem alterações, em 21,7%. Apenas no Norte houve registro de recuperação um pouco mais significativa (+1,7%), o que fez com que os reservatórios da região fechassem em 65,9% ao final do período.

“Toda essa adversidade no último mês do período úmido foi percebida no PLD da primeira semana de maio”, disse Sacchi no evento.

Mesmo com queda no preço ao longo de abril, a hidrologia ruim, associada a alteração dos parâmetros do CVaR, provocou um aumento de 36% no PLD atual que saiu da casa dos R$ 372/MWh e alcançou R$ 448,58/MWh nos submercados Sudeste, Sul e Nordeste. Apenas no Norte o preço permanece no valor mínimo de R$ 33,68/MWh.

Fator de ajuste

O comportamento da carga de energia para todo o Sistema, por sua vez, ficou cerca de 2,1% abaixo projeção feita no PMO de abril e o fator de ajuste do MRE caiu para 80,9% para 2017. Quando a análise mostra o fator de ajuste do MRE, nota-se também o efeito da hidrologia ruim com o índice passando de 95,1% em abril para 75,8% em maio, considerando o perfil de sazonalização de Garantia Física declarado pelos agentes desse mecanismo.

Já a projeção do MRE relacionado à repactuação do risco hidrológico, que leva em conta a sazonalização “flat”, deve ficar em 82,9% em abril e em 75,7% em maio.

Em abril, os Encargos de Serviços do Sistema (ESS) foram estimados em R$ 19 milhões e a previsão para maio é que não haja qualquer encargo para os agentes do Sistema.

Vale ressaltar que, a partir de maio, a Portaria MME nº 164/2016 autoriza a Eletrobrás a importar do Uruguai até 70MW de potência por Rivera e até 500 MW por Melo, determinação que também entra no cálculo e nas projeções do PLD feitas pelas CCEE.

(Fonte: Jornal Cana – 08/05/17)

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