Notícias

PIB mineiro pode cair 7% neste ano com impacto do coronavírus

30 de Abril de 2020

Notícias

Os reflexos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) deverão impactar negativamente o Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais, que poderá apresentar uma retração de 7% neste ano.

A projeção foi revelada pela gerente de economia da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Daniela Britto, durante transmissão ao vivo realizada nas redes sociais na tarde de ontem.

A previsão é pior do que a que tem sido feita para o Brasil, que gira em torno de um recuo de 5,5% para o PIB de 2020. Segundo Daniela Britto, isso se explica pelo fato de o Estado ter uma estrutura industrial mais concentrada e serviços mais dependentes da indústria.

Para chegar até este número, foram feitos cálculos que levaram em conta fatores como as quedas já conhecidas na produção industrial até agora e a possibilidade de o isolamento se estender por mais um tempo, até meados de maio, por exemplo.

Para se ter uma ideia, segundo Daniela Britto, a indústria deverá ter um nível de ociosidade de quase 11% no primeiro semestre deste ano em comparação a 2019. A indústria extrativa não deverá ter um impacto muito grande, girando em torno de 6%, “não por causa da crise, mas por problemas da produção em função das chuvas fortes no primeiro trimestre”, diz a gerente de economia da Fiemg.

Já a indústria da transformação poderá apresentar um nível de ociosidade de 16,5% no mesmo período.

As perspectivas são, ainda, de que os serviços caiam 20% neste primeiro semestre em Minas Gerais, principalmente por causa do comércio, escolas e transportes. Já a indústria da construção poderá recuar cerca de 1,1%.

No entanto, apesar de as obras não terem paralisado, Daniela Britto diz que um impacto maior é previsto para o segundo semestre. Muitas pessoas que pensavam em investir em imóveis poderão desistir de fechar negócio por causa da instabilidade econômica. A ociosidade do setor agrícola, por sua vez, deverá ser igual a zero.

Setores mais afetados 

Quando o assunto são as atividades mais afetadas, Daniela Britto ressalta que o setor de automóveis é uma delas, com um recuo previsto de 6%. A gerente de economia da Fiemg lembra que muitas concessionárias estão fechadas, as fábricas estão em um nível de ociosidade elevado e as exportações para a Argentina, grande compradora desse segmento no Brasil, deverão ficar comprometidas por causa do próprio cenário do País vizinho.

A redução prevista para o setor de refino de petróleo é de 4%. Com a queda da atividade econômica, há menos pessoas demandando combustíveis e o próprio segmento de transporte está em forte desaceleração, conforme lembra Daniela Britto. Já a retração na área de autopeças deverá ser de 3,7%.

A siderurgia também poderá sofrer perdas. Um dos motivos, segundo a gerente de economia da Fiemg, é a “queda de atividade dos Estados Unidos, que deixam de demandar produtos siderúrgicos do Brasil”. Além disso, há também os reflexos da baixa na área automotiva, uma das maiores demandantes de aço.

Projeção anual

Para 2020, Daniela Britto afirma que, em comparação a 2019, a retração no setor de serviços deverá ser de 8,8% e de 5,3% na indústria. A queda da construção deverá ser de 4,7%. O segmento agrícola, por outro lado, deverá crescer 3%.

 

Fonte: Diário do Comércio – 30/04

 

Veja também