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Petróleo atinge os maiores preços em mais de um ano

07 de Dezembro de 2016

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Os preços do petróleo subiram para os maiores níveis em mais de um ano, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) ter fechado um acordo na semana passada para conter a produção da commodity. Entretanto, os analistas preveem uma série de obstáculos à frente que podem manter o mercado volátil.

A Opep concordou em cortar sua produção em 1,2 milhão de barris por dia, ou mais de 1% da produção global, e afirmou que outros produtores de petróleo também vão se juntar aos esforços. Se implementado, o corte vai diminuir o excesso de oferta na indústria e impulsionará os preços, que alguns analistas acreditam que possam ultrapassar dos US$ 60 por barril.

O sucesso do acordo da Opep, entretanto, dependerá de diversos fatores, incluindo a participação de países não-membros e a questão do histórico de quebra do pacto mesmo dentro do próprio cartel.

Menos de duas semanas após o acordo, em Viena, os membros da Opep retornarão à capital austríaca no sábado, desta vez, para se encontrar com fornecedores de fora do grupo. O cartel quer que os não-membros do grupo cortem sua produção combinada em 600 mil barris por dia e autoridades da Opep afirmaram que, sem a participação dos não-membros, o próprio acordo seria fortemente prejudicado.

A Rússia já afirmou que se juntaria aos cortes de produção da Opep, apenas para voltar atrás depois. Realizar o corte também pode apresentar desafios técnicos. O Renaissance Capital, banco de investimento russo, divulgou que devido a produção do país ser, em grande parte, composta de muitos poços bombeando quantidades relativamente pequenas de petróleo, a redução na produção em 300 mil barris por dia necessitaria do fechamento de mais de 4 mil poços. O custo dessa medida seria maior do que qualquer benefício em potencial do aumento dos preços do barril de petróleo, segundo o banco.

Além disso, o retorno da produção de membros da Opep da África, que sofreram com interrupções no fornecimento, pode fazer com que o acordo do cartel fique difícil de cumprir, segundo analistas.

A Líbia e a Nigéria foram dispensadas do acordo da Opep, pois meses de atividades de grupos militantes nos países acabaram interrompendo sua produção de petróleo. Agora que a situação política está se estabilizando, a produção está lentamente retornando.

(Fonte: Diário do Comércio - 07/12)

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