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Petróleo ainda tem um papel a cumprir -- até no mesmo no financiamento da transição energética

04 de Dezembro de 2020

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Os choques no mercado de petróleo, provocados pela pandemia de covid-19, forçaram a indústria a repensar as projeções para a transição energética e muitos analistas vêm apontando que o pico da demanda futura por óleo pode estar mais próximo ou mesmo já ter sido ultrapassado.

Na visão de Lorena Dominguez, diretora de Operações da Repsol Sinopec Brasil, o óleo ainda tem um papel a cumprir, até no financiamento desta transição, que de fato, será mais rápida.

"[A pandemia] foi como um empurrão para a transição energética. Todas as empresas vinham falando sobre a transição. Com a redução da demanda e diminuição do preço do óleo, a covid-19 foi uma aceleração dessa transição", diz.

Ainda assim, "é preciso dinheiro para a transição energética, e o upstream vai financiar parte dessa transição. O upstream ainda tem muito tempo de vida", conclui.

Curto prazo será mais lento...

Lorena Dominguez ressalta que o adiamento de projetos neste ano de pandemia fez com que a indústria brasileira acumulasse um estoque de projetos exploratórios, com demandas por investimentos pesados.

Combinado com o fato de a indústria estar mais seletiva, buscando projetos de alta rentabilidade para compensar a queda nos preços do petróleo, a tendência é a desaceleração da contratação de novas áreas de exploração.

"A chave no Brasil agora é desenvolver esses 120 blocos que foram contratados [em anos recentes]. Este ano, durante a covid-19, a maior parte dos projetos novos foram adiados".

E a redução de custos é urgente.

"Vamos ver maior foco em projetos que têm que ser mais rentáveis, o controle de custos é mais importante que antes".

Com destaque para novas soluções: "digitalização é a palavra crítica para todos os projetos. Com a pandemia, estamos virando mais rápido dentro da era digital".

...Mas o Brasil está bem posicionado

Neste mesmo contexto de rearranjo dos investimentos em óleo e renováveis, a executiva afirma que a oferta de fontes no Brasil e alta competitividade dos ativos do pré-sal deixam o país em uma posição favorável.

"O Brasil é um dos maiores focos do óleo e gás nesse momento, pelo potencial que tem na transição energética e na produtividade dos poços".

E pode ser otimista com reformas que ajudem a destravar projetos (e novos investimentos).

"O Brasil está fazendo mudanças, é uma realidade. Há dois, três anos atrás, tínhamos mais dúvidas. Essa virada para abrir o mercado do gás está sendo mais rápida. A regulação tem que mudar bastante, mas estamos mais otimistas".

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Fonte: Epbr – 02/12

 

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