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Petróleo a caminho de acumular um aumento de quase 20% desde o início do ano

22 de Janeiro de 2019

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Depois de fechar 2018 em queda livre devido a receios de um excesso de oferta global e de uma desaceleração económica, os preços do petróleo nos EUA não param de subir desde início do ano. E atingiu o maior pico nos primeiros 13 dias úteis, desde janeiro de 2001, segundo dados compilados pela Bloomberg e citados pelo El Economista.

Alguns dos ativos que pior acabaram o ano de 2018 (esteve a cair desde outubro até ao fim do ano) são a surpresa positiva deste início de 2019. O Petróleo norte-americano (WTI) sobe mais de 18% em 2019 e marca o melhor começo de ano desde 2001.

O petróleo acumula um aumento de 16% no Brent (referência na Europa) e 18 % West Texas (referência nos EUA). O petróleo bruto europeu está acima de 62,5 dólares, enquanto o americano está negociando a 54 dólares por barril.

O petróleo não começava um ano tão bem desde o ano em que a Apple lançou o iPod, o ano em que George W. Bush foi empossado e que Harry Potter fez sua estreia no cinema. Isto é, desde 2001.

Depois de fechar 2018 em queda livre devido a receios de um excesso de oferta global e de uma desaceleração económica, os preços do petróleo nos EUA não param de subir desde início do ano. E atingiu o maior pico nos primeiros 13 dias úteis, desde janeiro de 2001, segundo dados compilados pela Bloomberg e citados pelo El Economista.

A rápida recuperação coincidiu com uma queda acentuada na volatilidade.

Porquê todo o otimismo?

Analistas e investidores atribuem a reação do preço do petróleo ao progresso nas negociações comerciais entre os EUA e a China, a uma postura mais branda sobre os aumentos das taxas de juros do Fed e sinais de que os cortes de produção liderados pela OPEP estão a começar a diminuir.

A OPEP cortou 751 mil barris por dia em dezembro, roçando a meta prometida de 800 mil barris. A redução de dezembro ocorre pouco antes do novo acordo entrar em vigor. A produção combinada dos quatorze membros da OPEP caiu para 31,58 milhões no mês passado, uma queda de 2,2% desde novembro e a maior queda mensal desde janeiro de 2017.

Por outro lado, os problemas técnicos e de custos na região de Alberta (Canadá) estão a afectar a produção naquele país. Por exemplo, os preços do petróleo bruto subiram vertiginosamente desde o mês passado, depois que a primeira-ministra de Alberta, Rachel Notley, exigiu uma redução de produção de 325.000 barris por dia em janeiro para aliviar a crise na região, devido à falta de oleodutos.

Além disso, as reservas de petróleo dos EUA caíram na semana passada em 2,7 milhões de barris, para 437,1 milhões. No nível atual, as reservas de petróleo permanecem dentro da faixa média histórica para esta época do ano, de acordo com o governo dos EUA.

Todos esses fatores estão a contribuir para a subida do preço do petróleo.

O preço do petróleo Brent para entrega em março no mercado de futuros de Londres fechou na sexta-feira a subir 2,48%, para os 62,70 dólares e o petróleo WTI, referência nos EUA, a subir 3,32% para 53,80 dólares.

Embora os aumentos tenham sido intensos nos primeiros dias do ano, o petróleo ainda está longe dos 86 dólares por barril (Brent) que atingiu no início de outubro de 2018.

Jornal Econômico (Portugal) - 22/01/2019

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