08 de Junho de 2018
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Em sua primeira aparição pública como presidente da Petrobras, Ivan Monteiro afirmou ontem que a companhia vai aguardar os resultados da consulta pública aberta pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sobre a periodicidade dos reajustes dos preços dos combustíveis no país antes de tomar uma decisão sobre a atuação comercial da empresa. Enquanto isso, afirmou o executivo, a petroleira continuará praticando o reajuste diário do preço da gasolina.
"A Petrobras vai aguardar o final desse processo. Estamos no início desse processo de consulta pública, que me parece que tem dois pilares muito claros: liberdade e competição. Vamos aguardar com calma. Vamos contribuir para essa consulta pública e tomar a decisão sobre a atuação comercial da Petrobras após o resultado", disse Monteiro, após participar da 4ª Rodada de áreas do pré-sal, no Rio.
"A Petrobras hoje pratica reajuste diário [dos preços da gasolina] dentro da atuação comercial que temos hoje. É importante aguardar o resultado da consulta pública", completou ele.
O executivo acrescentou, ainda, que a prática de reajustes diários depende de uma atuação comercial da empresa.
"Atuamos de acordo com a liberdade do mercado." Ele destacou anúncio feito ontem pela petroleira sobre a liquidação de uma operação de recompra de bonds no mercado financeiro. "Está lá o novo perfil de endividamento, do vencimento da dívida da Petrobras. É isso que fazemos o tempo inteiro. Essas coisas não são isoladas", completou.
Ontem, após o leilão do pré-sal, o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, voltou a afirmar que a iniciativa da autarquia não significa intervenção na forma de atuar da Petrobras. Segundo ele, a abertura da consulta pública foi uma alternativa proposta pela própria agência, diante do agravamento da crise dos combustíveis no país.
"Aconteceu o que aconteceu no Brasil. Existe uma agência reguladora de petróleo. E ela não tem nada a ver com isso?", questionou Oddone. "Não é interferência na política da Petrobras. É uma intervenção em um mercado imperfeito [...] O que espero é ter rapidamente um sistema de livre mercado aberto competitivo, em que ninguém tenha que ficar explicitando sua prática de preços de mercado", completou, reiterando que a política de preços da Petrobras é legítima e não será alterada por fora.
Diretor-geral da ANP, Décio Oddone disse que a decisão da agência não foi influenciada pelo governo
O diretor destacou ainda que a decisão da ANP não foi influenciada pelo governo. "Não houve em nenhum momento pedido, insinuação, solicitação, instrução ou ordem para que a ANP fizesse qualquer coisa", completou o executivo.
E defendeu a decisão da agência de regular o ritmo dos reajustes dos combustíveis após á greve dos caminhoneiros "Existe uma agência reguladora de petróleo. Ela regula o fornecimento de combustível no Brasil. Isso vale para a Petrobras e para todos os agentes. Vamos editar uma resolução. Não é interferência."
O presidente da Shell Brasil, André Araujo, disse que a recente crise dos combustíveis não afetou o interesse dos investidores com relação ao leilão realizado ontem. Três das grandes empresas que participaram do leilão se afastaram o negócio de distribuição na década passada. A Esso (subsidiária da ExxonMobil) e a Chevron (que controlava a Texaco) venderam suas distribuidoras de combustíveis no Brasil em 2008 e 2009. A rede da Esso passou primeiro para as mãos da Cosan e a Texaco foi comprada pela Ultrapar. Posteriormente a Shell uniu o negócio de distribuição com a Cosan, formando a Raízen.
Fonte: Valor Econômico - 08/06/2018
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