12 de Março de 2019
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Os próximos três meses prometem agitar o plano de desinvestimentos da Petrobras. A estatal espera avançar nas próximas semanas com negócios bilionários - como a venda da Transportadora Associada de Gás (TAG) - e definir, ainda no primeiro semestre, uma série de detalhes sobre o seu programa de venda de ativos, incluindo o futuro da empresa no refino, na BR Distribuidora e na Braskem.
A principal expectativa do mercado gira em torno da abertura do mercado de refino. O presidente da petroleira, Roberto Castello Branco, já disse que o modelo de negócios da venda das refinarias deve ser definido até junho. A Petrobras possui 13 unidades, que respondem por 98% da capacidade de refino do país. O executivo, no entanto, vê espaço para que a estatal reduza sua fatia no mercado para cerca de 50%.
O plano original, lançado em abril de 2018, previa a venda de uma participação de 60% em quatro unidades, divididas em dois polos regionais (Sul e Nordeste). A ideia de Castello Branco, no entanto, é que o número de refinarias vendidas seja maior que o inicialmente previsto.
"Se vendermos uma refinaria, queremos vender 100% dela", afirmou, durante teleconferência com analistas, há duas semanas.
Castello Branco também já declarou que pretende mudar o modelo atual para aumentar o número de potenciais compradores. O projeto original de desinvestimentos no refino vetava a participação de empresas que tenham como principal atividade a comercialização global de petróleo e derivados de terceiros, conhecidas como tradings.
"Não concordamos [com o modelo atual], porque ele exclui compradores. Não queremos excluir ninguém", afirmou o executivo, há duas semanas, durante apresentação dos resultados de 2018.
A empresa já sinalizou também que, ainda no primeiro semestre, deve decidir sobre a redução de sua participação na BR Distribuidora. Segundo informações da Bloomberg, confirmadas pela Petrobras, a estatal avalia uma oferta secundária de ações da BR. A petroleira detém 71,25% do capital da distribuidora, mas quer reduzir ainda mais a sua fatia na empresa.
Além disso, o presidente afirmou ontem, em entrevista à Bloomberg, nos Estados Unidos, que a venda de 90% da TAG pode ser definida ainda neste mês. Segundo o executivo, a companhia espera receber ofertas de até três grupos.
A TAG é o principal negócio do atual plano de desinvestimentos da estatal. operação é avaliada em cerca de US$ 8 bilhões, valor equivalente a quase todas as negociações anunciadas pela empresa no biênio 2017/2018.
O Valor apurou que a Engie, ao lado do fundo de pensão canadense Caisse de Depot et Placement du Quebec (CDPQ), apresentou a melhor proposta na fase vinculante e, por isso, foi convidada a negociar os aspectos contratuais - como valor e o contrato de operação dos gasodutos. A Petrobras esclarece, no entanto, que não há acordo de exclusividade. A estatal abrirá uma nova rodada de ofertas entre as participantes do processo.
Castello Branco disse, ainda, que espera anunciar em 30 dias uma decisão sobre a possível venda de sua fatia de 36,1% na Braskem. A estatal aguarda os termos do acordo entre Odebrecht e LyondellBasell, para decidir se acompanhará ou não a opção de venda de sua fatia para a holandesa.
Valor Econômico - 12/03/2019
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