26 de Outubro de 2018
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A Opep pediu a um comitê a preparação de "opções" para a quantidade de petróleo que a entidade deve produzir no ano que vem para evitar que o mercado retorne à condição de excesso de oferta, o sinal mais claro até o momento de que o grupo pode reduzir a produção para evitar uma queda ainda maior dos preços.
O aumento dos estoques de petróleo nas últimas semanas, aliado ao temor de desaceleração econômica no ano que vem, "pode exigir uma mudança de rumo", afirmou em comunicado o Comitê de Monitoramento Ministerial Conjunto, que supervisiona o acordo entre a Opep e seus aliados. O petróleo caiu após atingir o maior patamar em quatro anos neste mês devido a preocupações com a demanda.
Nos últimos tempos, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo vem falando em evitar que os preços subam demais. O ministro de Energia da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, disse nesta semana que o grupo está no "modo produza o máximo possível" para atender a demanda e substituir qualquer escassez iminente. No entanto, os estoques aumentaram nos EUA e retornaram aos níveis do início do ano. Isso pode trazer de volta um excesso de oferta e derrubar os preços a um nível baixo demais.
Referência global, o petróleo Brent caiu mais de 7 por cento neste mês, quando Arábia Saudita e Rússia ampliaram a oferta e os estoques americanos subiram.
Uma das maiores preocupações do mercado de petróleo é a demanda. A guerra comercial entre EUA e China ameaça prejudicar o crescimento econômico global e, assim, afetar o consumo de energia. A Agência Internacional de Energia e o CEO da BP, Bob Dudley, alertaram que os preços do petróleo atingiram níveis que podem afetar a demanda, especialmente em países emergentes que já enfrentam desvalorizações cambiais.
Atualmente, há "um nível de oferta bastante confortável em relação à demanda", segundo o comunicado do comitê. A Opep e seus aliados -- conhecidos como OPEC+ -- querem manter o equilíbrio pelo qual tanto lutaram reduzindo a produção em 2017 e durante boa parte deste ano.
Após reduzirem os estoques globais de volta aos níveis médios de cinco anos, muitos membros da Opep+, incluindo a Rússia, agora estão aumentando a produção para compensar interrupções na Venezuela e no Irã. A perspectiva para o ano que vem é "muito imprevisível" em termos de oferta e demanda, disse Al-Falih, em conferência, em Riad, nesta semana.
"Se a oferta estiver muito comprada, devemos ser capazes de reduzir", disse, em entrevista separada à agência de notícias russa TASS. "Se a oferta estiver vendida, devemos ser capazes de responder."
Economia UOL - 25/10/18
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