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O setor volta a solicitar estudos de projetos industriais

04 de Novembro de 2019

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Cenário positivo incentiva as usinas a planejarem investimentos na área industrial, como ampliação na produção de etanol, eficiência energética e fábrica de açúcar

A área industrial do setor sucroenergético é a que mais tem sofrido com a falta de investimentos, em decorrência da crise de mais de 10 anos que se abate sobre a agroindústria canavieira.

A situação financeira ficou tão crítica, que até a manutenção passou a ser “meia-boca”. Mas não é só a escassez de dinheiro que impede investimentos na indústria, mas também a falta de cana. Com a produção de matéria-prima menor que a capacidade de moagem, parte da indústria está ociosa, não justificando direcionamento de recursos.

No entanto, o cenário começa a mudar, a se tornar positivo, principalmente com a expectativa da introdução do RenovaBio a partir de 1 de janeiro de 2020 – política governamental de incentivo à produção de biocombustíveis e que oferece confiabilidade aos empresários para investirem no setor.

O RenovaBio é o estímulo para que o Brasil cumpra as metas estabelecidas na Conferência do Clima realizada em Paris, em 2015, quando o país se comprometeu a reduzir em 43% suas emissões de carbono até 2030. Para isso, o setor terá de, pelo menos, aumentar em 50% sua produção de etanol, que na atual safra está em torno de 33 bilhões de litros.

Um reflexo desse cenário positivo é que as unidades sucroenergéticas voltaram a solicitar estudos para renovação do parque industrial. “Recebemos solicitações de estudos de projetos para a ampliação da capacidade de produção de etanol, eficiência energética e até para fábrica de açúcar. Posso dizer que nossos negócios estão bem aquecidos, o setor voltou a planejar investimentos, muito diferente do cenário dos últimos anos”, diz Tercio Dalla Vecchia, presidente da Reunion Engenharia, uma das principais empresas da área, já realizou mais 1000 projetos de engenharia, com destaque para o setor sucroenergético.

Dalla Vechia observa que a engenharia é a primeira área a registrar a retomada de investimentos de um segmento. Tudo começa pela solicitação de um estudo de projeto. Entre o estudo e a finalização da obra são necessários no mínimo 18 meses. “Por isso, é fundamental não deixar para última hora, é fundamental que não se faça nada às pressas, tudo deve ser bem planejado e executado.”

A cana é matéria-prima para vários produtos, além do açúcar, etanol e energia, e, segundo Dalla Vechia, a Reunion tem recebido estudos de projetos para outros negócios com a cana e seus co-produtos, como a produção de pellets com bagaço e biogás por meio da biomassa da cana, vinhaça e torta de filtro.

Uma das exigências do RenovaBio é o aumento de eficiência tanto no campo como na indústria. Assim, a adoção de novas tecnologias e a diversificação da produção das energias verdes possibilitadas pela cana, ampliarão os ganhos do setor. “As oportunidades são ótimas e são muitas as inovações tecnológicas. A indústria sucroenergética alcançará um novo patamar”, avisa Dalla Vechia.

Fonte: Cana Online – 04/11/19

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