16 de Janeiro de 2017
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(Foto: Divulgação/SIAMIG)
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em parceria com a Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig) e com as empresas Trucks Hélio, Inmeco e Help Car Plataforma Hidráulica, está desenvolvendo o projeto de um novo modelo de veículo para transporte de cana-de-açúcar. O objetivo é reduzir os custos logísticos para o setor, um dos maiores gargalos da indústria sucroenergética.
“Identificamos que esse é um dos maiores gargalos no campo para a indústria sucroenergética, e o desenvolvimento desse veículo pode trazer melhorias na produção e nos custos para o setor, explicou a gerente de Projetos para a Indústria da Fiemg, Simone Porto Cavalcanti.
Segundo ela, dentro de aproximadamente um mês, os estudos já mostrarão se o desenvolvimento e fabricação do veículo é ou não economicamente viável. “O mais importante é tornar a cadeia produtiva do setor mais eficiente, além de impulsionar outros elos da indústria em Minas, como os setores metalmecânico, agroindústria, logística e engenharia”, acrescentou.
O presidente da Siamig, Mário Campos, explicou que o equipamento usado para transportar a cana do campo até as usinas, chamado de “rodotrem canavieiro”, tem 30 metros de comprimento, considerando o cavalo mecânico e os implementos, e pesa mais do que a própria capacidade de carga líquida. O transporte da cana representa cerca de 40% do custo final do produto.
Em outras palavras, isso significa que o “rodotrem canaviero” é mais pesado do que a quantidade de cana-de-açúcar, em quilos, que ele pode transportar. O peso excessivo também aumenta o consumo de combustível do equipamento. “A capacidade máxima do rodotrem é de cerca de 74 toneladas, mais 5% de tolerância, mas só o equipamento pesa praticamente 40 toneladas”, afirmou.
Por isso, a ideia do projeto é apresentar um veículo que tenha como principal diferencial o peso. E, uma vez mais leve, a tendência é que o consumo do combustível usado, normalmente o óleo diesel, reduza. “Através de emprego de novas tecnologias e materiais, esperamos reduzir o peso da tara (implementos) do equipamento, composto por reboque e semirreboque”, detalhou. Hoje, conforme o presidente da Siamig “rodam” em torno de mil veículos desse tipo no Estado.
“E não temos produção dos implementos em Minas. Portanto, o Estado tem que ‘importar’ de outras unidades da federação, como São Paulo, Goiás e também da região Sul do País. Minas tem empresas importantes da cadeia do aço e um parque metalmecânico com condições de desenvolver um equipamento mais leve. Por isso, o projeto também visa fomentar a economia mineira”, pontuou.
O desenvolvimento do novo veículo também deve ajudar as empresas a se adequarem à legislação, que impõe limites de peso e regras de segurança para o transporte da cana. “Já devemos colher alguns frutos do programa ainda neste ano”, completou o presidente da Siamig.
O protótipo está sendo desenvolvido pelo Instituto de Serviços Tecnológicos de Metalmecânica do Centro de Inovação e Tecnologia Senai-Fiemg, que apresentará ao setor uma versão impressa em 3D seis toneladas mais leve, já em fevereiro deste ano. A Fiemg identificou a necessidade de desenvolvimento de um novo implemento de transporte de cana-de-açúcar por meio do seu Programa de Competitividade Industrial Regional (PCIR), cujo objetivo é aumentar a competitividade das indústrias inseridas nas cadeias produtivas mais dinâmicas de Minas Gerais.
O setor sucroenergético mineiro é composto por 34 usinas, gera 72 mil empregos diretos e está presente em cerca de 120 municípios do Estado. Minas é o terceiro maior produtor de cana e etanol e segundo de açúcar do Brasil.
(Fonte: Diário do Comércio – 16/01)
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