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Motoristas não encontram etanol em postos de Goiânia

21 de Novembro de 2017

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Três dias depois da Justiça ordenar que 60 dos 252 postos de Goiânia baixassem o lucro sobre o preço do etanol, motoristas enfrentaram dificuldades para encontrar o produto nesta segunda-feira (20).

Os motoristas desconfiam que os estabelecimentos estejam evitando comercializar o combustível de propósito para obrigar a população a abastecer com gasolina, que seguem com o valor alto. No entanto, os estabelecimentos alegam que o déficit ocorre devido à grande procura.

"Eles já estão escondendo isso aí [etanol]. Isso é fato", opina o empresário Murilo Brasil.

Além dele, outros motoristas também estão desconfiados. O vendedor Jean Farley diz que está rodando por vários postos, mas não encontra etanol. E se há, o preço ainda está alto.

"Não estou encontrando e quando encontra, o preço abusivo. A gente que precisa do carro para trabalhar, infelizmente, essa é a nossa realidade aqui em Goiânia", lamenta.

A decisão da Justiça atendeu a uma ação da Superintendência Estadual de Proteção aos Direitos do Consumidor (Procon-GO), que apontou aumento abusivo de 120% no litro do combustível. O procedimento, por sua vez, demandou de um protesto em que motoristas bloquearam as portas das distribuidoras contra os preços altos.

A motorista Valdete Sousa Silva acredita que tudo seja uma forma dos postos voltarem a aumentar o preço. "Abaixou com a pressão que o pessoal fez. Agora acabou. Aí vai querer aumentar o valor porque está em falta. Vai voltar o valor que era antes", salienta.

Em falta

A TV Anhanguera percorreu dez dos 60 postos alvos da ordem judicial. Em seis deles, o etanol havia acabado. Um ainda tinha o produto em estoque e os outros três ainda praticavam o preço antigo – cerca de R$ 3,30 – alegando que ainda não tinham sido notificados oficialmente.

Em um dos estabelecimentos, os funcionários confirmaram que havia quase mil litros de estoque, mas que não era possível vender porque a bomba não consegue sugar essa quantidade do tanque.

Já a frentista Márcia Belchior, de outro posto, disse que a grande procura é que tem feito o etanol acabar rápido. "Acabou sexta-feira [17] à noite. Tinha estoque, mas tinha muita venda", explica.

Em nota enviada à TV Anhanguera, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto) informou que todos os postos que foram notificados já diminuíram o preço do etanol.

Porém, em virtude da procura acima do normal por parte dos consumidores, o produto acabou faltando. Como os postos vão comprar mais combustível, a situação deve voltar ao normal nos próximos dias.

Lista

Desde sexta-feira (17), a Secretaria da Fazenda (Sefaz) começou a publicar diariamente no site da pasta os preços mínimos, médios e máximos praticados pelos estabelecimentos do ramo no estado. A medida visa dar transparência à definição dos valores.

De acordo com a Sefaz, a medida obedece aos critérios de sigilo fiscal e facilitará a consulta de preços por parte do consumidor goiano e dos órgãos, como o Ministério Público de Goiás.

''Antes de sair de casa ele já pode ver o posto que tem o menor preço, que seja de sua confiança então ele pode optar por abastecer pelo menor preço'', disse o superintendente da Sefaz, Adonínio Neto Vieira Júnior.

(Fonte: G1 – 21/11/17)

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