09 de Setembro de 2019
Notícias
O mercado livre de energia está em expansão. Segundo informações da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), o crescimento anual do setor já o leva a registrar, atualmente, 6,5 mil consumidores atendidos, representando 31% do consumo nacional e 82% do consumo industrial.
O impulso para esses números tão expressivos vem, sobretudo, conforme o presidente executivo da entidade, Reginaldo Medeiros, dos preços mais baixos oferecidos pelo segmento – que, de acordo com ele, historicamente, giram em torno de 28% a menos em comparação ao mercado cativo.
“Ao longo de 16 anos, os consumidores conseguiram alcançar, ao todo, uma economia de R$ 185 bilhões”, afirma ele.
Atualmente, porém, conforme destaca Medeiros, o potencial máximo de consumo nacional chega a 38%. Isso porque a compra de energia fora do ambiente regulado requer que a demanda contratada seja de, ao menos, 500WM.
“Isso representa uma conta de energia de aproximadamente R$ 100 mil por mês”, diz.
Essa grande diferenciação nos valores, conforme explica o presidente do conselho de administração da Associação Brasileira de Centrais Hidrelétricas PCH e CGH, Walmor Alves, está relacionada ao fato de o mercado livre de energia ter a possibilidade de sempre comprar a energia mais barata do momento, “se é época de chuva, por exemplo, adquire a hidráulica; quando não é, a eólica”, exemplifica.”
Além disso, existem outras razões, como frisa Alves. A competição está entre esses motivos, gerando, inclusive, alguns entraves.
“O lucro no mercado livre é reduzido, já que há muita competição, o que impacta também a capacidade de reinvestimento”, analisa.
Se ainda há bastante espaço para expansão, qual deverá ser o futuro desse cenário? Medeiros ressalta que as perspectivas são de que haja uma reforma do setor. Inclusive, já existem projetos de lei no Senado e na Câmara para a expansão do segmento, que poderá chegar até os pequenos consumidores.
Alves, por sua vez, destaca que, atualmente, a conta não está bem distribuída.
“O mercado livre de energia é, muitas vezes, injusto com a competição de mercado. Os grandes consumidores compram uma energia mais barata, enquanto o concorrente, que é menor, não consegue acesso a ela”, ressalta.
De acordo com ele, uma alternativa seria abrir esse mercado por segmentos e não por tamanho do consumo.
Já o presidente da CMU comercializadora de energia, Walter Fróes, afirma que as suas expectativas são de que todos os consumidores de alta tensão tenham acesso a esse mercado, “em curto ou médio prazo”, diz.
“As expectativas são muito boas, tendo em vista o viés liberal do atual governo”, salienta.
O consultor de energia Rafael Herzberg afirma que o mercado livre de energia é uma excelente oportunidade para os clientes que podem escolher esse ambiente de negócio. No entanto, o consumidor não deve se deixar levar pelo que o profissional chama de “modismos”.
“O mais importante é o cliente descobrir quais são as vantagens, as desvantagens e os riscos que esse mercado oferece”, avalia.
De acordo com o profissional, quem vai para o mercado livre de energia precisa saber quando está sendo oferecido um bom preço. “Já tive clientes que pagaram caro. O mercado flutua”, ressalta.
Herzberg afirma que os valores podem sofrer variações relacionadas à oferta, ao fato de os reservatórios das hidrelétricas estarem ou não bem estabelecidos e à própria atividade econômica do País.
“O cliente deve fazer uma prospecção cuidadosa e conseguir preços atraentes. O mercado livre precisa ser entendido para que possa ser contratado e, assim, se obtenha a economia”, afirma. “Os contratos são negociados conforme o interesse e conveniência do consumidor, podem ser de um mês ou de 10 anos, por exemplo”, frisa.
Carga do sistema deve subir 2,2%
A carga de energia do sistema elétrico interligado brasileiro deve avançar 2,2% em setembro ante o mesmo mês do ano passado, versus previsão de alta de 1,7% no relatório da semana anterior, projetou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em boletim na sexta-feira.
Soma do consumo com as perdas na rede, a carga deve avançar mais fortemente no Sul (5,2%) e no Norte (5%), regiões nas quais as previsões sofreram poucas alterações, enquanto no Sudeste a estimativa agora é de aumento de 1,5% (ante 0,6% no relatório da semana anterior). No Nordeste, o ONS prevê queda de 0,1%, ante alta de 0,4% na previsão da semana passada.
Já as chuvas na região das hidrelétricas do Sudeste, que concentram os maiores reservatórios, devem representar 75% da média histórica no mês, previsão praticamente estável. No Nordeste, segundo em reservatórios, elas foram estimadas em 43% (estável ante projeção anterior).
Para o Sul, o ONS reduziu a previsão de chuvas para 37% da média histórica, versus 55% no relatório da semana anterior.
Fonte: Diário do Comércio com Reuters – 9/09
Veja também
24 de Abril de 2024
Evento do MBCB destaca potencial da descarbonização da matriz energética brasileiraNotícias
24 de Abril de 2024
WD Agroindustrial promove intercâmbio cultural em aldeia indígena para celebrar o dia dos povos origináriosNotícias
24 de Abril de 2024
Raízen encerra safra 2023/24 com moagem recorde de 84,2 milhões de toneladasNotícias