09 de Agosto de 2019
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O desenvolvimento dos veículos elétricos, já disponíveis em diferentes modelos no Brasil, não deve prejudicar a produção de etanol. O setor prevê continuidade de crescimento no país, principalmente com o RenovaBio, política do governo federal que quer expandir a produção de biocombustíveis a partir de 2020. De acordo com o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, o motor elétrico é uma realidade, mas também pode ser uma oportunidade para o uso de etanol. O RenovaBio deve atrair investimentos anuais de R$ 9 bilhões do setor de etanol a partir de 2020 no país.
"Há várias formas de abastecer esse carro. Até o final do ano, vai ser lançado o primeiro híbrido flex do Brasil, que junta o motor à combustão com o motor elétrico para dar maior performance ao veículo. Acreditamos muito no consórcio de combustível líquido e biocombustível com a possibilidade de usar motor elétrico. Também temos no futuro próximo a possibilidade da célula de combustível, abastecida a partir de hidrogênio, que está no etanol”, afirma, destacando o custo e a demanda de infraestrutura para manter a frota como desafios dos elétricos.
Minas Gerais é o terceiro maior produtor de cana do Brasil, atrás de São Paulo e Paraná. A expectativa do Estado neste ano é moer 65 milhões de toneladas, 3% a mais do que na safra anterior. Segundo Campos, como a alíquota do ICMS do etanol no Estado é mais baixa do que a da gasolina, o preço do produto é mais competitivo. “Dessa forma, o mineiro tem colocado cada vez mais álcool nos veículos”, diz Campos.
As perspectivas e os desafios do setor sucroenergético foram discutidos nesta quarta-feira, no primeiro dia da 11ª edição do Megacana Tech Show, realizado em Campo Florido, no Triângulo Mineiro. Hoje, o governador Romeu Zema (Novo) visita a feira.
Para o diretor da Datagro, Guilherme Nastari, o etanol é mais vantajoso do que os veículos elétricos. “A densidade energética em uma bateria, quando comparada com o etanol, é baixa. “Por isso, estão desenvolvendo mais veículos pequenos, que andam pouco, fora dos padrões brasileiros”, afirma.
Para ele, o RenovaBio vai estimular as pessoas a consumirem mais combustíveis com menor índice de carbono, como o etanol. “Para o setor, é demanda. Nós temos 20 bilhões de litros de potencial para crescer, que é praticamente dobrar o que produzimos hoje”, conclui.
Fonte: OTempo – 9/8
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