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Manifesto pede medidas urgentes de priorização dos biocombustíveis

01 de Agosto de 2017

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Abaixo a íntegra do manifesto de apoio à priorização do setor de biocombustíveis por meio do RenovaBio, apresentado na manhã de ontem (31/07) na sede da Fiesp, na capital paulista:

 “O setor de biocombustíveis representa expressiva fonte de energia para os transportes e para a geração de energia primária no Brasil.

A energia da cana, por meio do etanol e da energia elétrica de biomassa, representa mais de 18% da oferta interna de energia primária.

– O etanol usado como combustível, por meio da adição de 27% de etanol anidro na gasolina e do uso do etanol hidratado, representa 39% do consumo de combustíveis do ciclo Otto, em gasolina equivalente, e pode continuar crescendo.

– O biodiesel é adicionado ao diesel fóssil na proporção de 8%, e deve ter esse nível elevado a 10% a partir de março de 2018, com potencial de chegar a 20% até 2030, o que gerará milhares de empregos na cadeia produtiva de proteínas e de energia.

– O biogás e o biometano produzidos a partir de resíduos orgânicos têm um potencial estimado em mais de 71 milhões de metros cúbicos por dia, o que equivale a 24% da demanda total de energia elétrica, 44% da demanda de diesel e 73% do gás natural consumido no País.

– O bioquerosene para uso na aviação tem um mercado altamente promissor.

O setor de biocombustíveis movimenta uma extensa cadeia de produção, que envolve o setor automotivo e de autopeças, de bens de capital, de máquinas e equipamentos, o setor químico, de fertilizantes e muitos outros.

 É responsável pela geração de mais de 2,5 milhões de empregos diretos e indiretos, e representa um enorme efeito multiplicador na economia pela sua capilaridade, impactando comércio e indústria locais, gerando renda e desenvolvimento econômico e social.

A adoção dos biocombustíveis no País tem colaborado positivamente com o meio ambiente, pela significativa redução da poluição atmosférica nos grandes centros, pela eliminação quase que completa da colheita de cana queimada e pela recomposição e proteção de mais de 260 mil hectares de matas ciliares.

Além disso, há uma evidente contribuição com a balança comercial brasileira da ordem de mais de US$ 12 bilhões anuais, ao evitar a importação de combustíveis fósseis.

Por esse motivo, é urgente a aprovação de um novo marco regulatório que induza ganhos de eficiência na produção e no uso dos biocombustíveis e que reconheça as suas externalidades, principalmente por sua capacidade de reduzir as emissões de gases do efeito estufa gerados pela queima de combustíveis fósseis.

Priorizar o setor de biocombustíveis é estratégico para atender aos objetivos de política econômica, social e ambiental, por sua capacidade em permitir o cumprimento do compromisso assumido no Acordo do Clima, com impactos positivos na sociedade brasileira. Desde 1975, o uso de etanol e biodiesel permitiu a redução de mais de 1 bilhão de toneladas de CO² equivalente.

A adoção de biocombustíveis em transporte é reconhecida pela indústria automotiva como muito mais eficiente do que a eletrificação do ponto de vista ambiental. Hoje emissões de etanol na frota flex já são menores do que as metas do carro elétrico fixadas pela Europa para os anos de 2030 e 2040.

A introdução de novas tecnologias nos atuais carros flex e a introdução de híbridos flex e de células a combustível movidas a etanol representam a opção realmente avançada de eletrificação da frota utilizando biocombustível.

 Além de ser a opção mais moderna, usar os biocombustíveis como energia para transporte gera emprego, renda e desenvolvimento descentralizado, já que permite o investimento em agriculturas diversas em vários pontos do interior do País.

Pelos motivos acima expostos, o Governo do Estado de São Paulo e as entidades representativas dos setores envolvidos aqui subscritos declaram o seu apoio à urgente implementação de medidas que levem a uma rápida priorização para o setor de biocombustíveis em todo o País, por meio do programa RenovaBio”.

 (Fonte: Jornal Cana – 01/08/17)

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