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Litro do etanol MT a R$ 1,97 é o menor em dois anos

13 de Junho de 2017

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O litro do etanol hidratado abriu a semana cotado a R$ 1,97 em postos localizados em Várzea Grande e Cuiabá, atingindo o menor preço dos últimos dois anos. A última vez que o valor de bomba chegou nesse nível foi a partir de junho de 2015, ampliando a média de R$ 1,97 para todo Estado em outubro daquele ano. Desde então, o biocombustível acelerou, até passar de R$ 3 o litro, no início do ano passado.

Além da redução localizada, a média de preços no Estado, aferida em R$ 2,28 pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), deixa o valor como o mais baixo do país, à frente da média do Estado de São Paulo, que na semana, entre 4 e 10 de junho, fechou em R$ 2,29.

Conforme pesquisa realizada ontem pelo Diário, em junho do ano passado o combustível atingia o menor valor até aquele momento ao bater R$ 2,48 na média estadual. Nessa comparação anual, o recuo de preços é de R$ 0,51 ou quase 21%.

Desde maio, quando todas as usinas deram início à moagem da cana-de-açúcar no Estado, o mercado revendedor passou a reduzir o valor de bomba do etanol. Na última semana do mês passado, por exemplo, a queda sobre os preços passou a ocorrer mais de uma vez dentro da mesma semana e nesse ritmo, o valor do combustível passou rapidamente de cerca de R$ 2,39 para o atual preço de R$ 1,97. Considerando a diferença, o recuo ao consumidor é de 18%.

"Há muito tempo não víamos todos os atores envolvidos nessa cadeia trabalhando em sintonia com o momento", pontuou o diretor executivo do Sindicato da Indústria Sucroalcooleira de Mato Grosso (Sindalcool/MT), Jorge dos Santos.

O executivo explica que a redução de preços nas usinas foi repassada pelas distribuidoras e pelos postos revendedores até chegar ao consumidor. "Na usina voltamos aos preços do litro ao nível de 2015", reforça.

Ainda para explicar a baixa de preços, tanto usineiros como os varejistas destacam algumas razões para a movimentação atual do mercado. Do lado da indústria, além de todas as dez usinas de moagem estarem operando a plena carga desde abril, o clima chuvoso contribuiu muito para a qualidade da cana.

 "O regime de chuvas que registramos desde o último trimestre do ano passado até próximo do início da moagem proporcionou canas com mais teor de açúcar e hoje temos a melhor cana do país. Precisamos de menos toneladas para produzir a mesma quantidade de etanol, em relação às safras passadas".

Jorge dos Santos avalia que dos 16,30 milhões de toneladas estimados para serem moídos no Estado até próximo do mês de novembro, cerca de 2 milhões já tenham sido processados. "Acredito, que além do valor do etanol na usina estar no mesmo nível de dois anos atrás, a situação atual do país fez com que todos os agentes dessa cadeia buscassem giro, receitas, e isso impactou positivamente, já que chegou ao consumidor.

E há o próprio período de moagem plena que adiciona mais produto no mercado e naturalmente favorece a queda de preços, bem dentro da lei de oferta e procura".

O diretor executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo/MT), Nelson Soares Júnior, faz questão de frisar que o Sindicato não acompanha a queda mensal de preços e que as revendas são livres para definir seus preços, de acordo com as margens, custos e necessidade de casa posto.

Mesmo com a ressalva, Soares confirma que o mercado do etanol, no Estado, retomou aos níveis de outubro de 2015 e que isso deve estar, de alguma forma, "favorecendo a queda de preços nos postos".

Ainda sobre o mercado revendedor, ele destaca que a concorrência entre postos, em especial em Cuiabá é Várzea Grande, é grande, o que força algumas estratégias para alavancagem das vendas. "Essa grande influência também pode estar contribuindo para a atual baixa do mercado".

E essa acirrada concorrência, observada por Soares, foi vista na prática pelo Diário. Ontem pela manhã, postos localizados na Avenida Artur Bernardes, no bairro Ipase, em Várzea Grande, abriram o dia com o litro a R$ 1,99. Antes da hora do almoço, um concorrente rebaixou o preço na bomba do etanol a R$ 1,97, e imediatamente o concorrente reduziu para o mesmo valor. Indagado pela reportagem, o frentista, em tom de descontração, disse que a proximidade entre os dois estabelecimentos acirra a busca pelo consumidor. "O gerente viu que o posto do outro lado da rua baixou mais dois centavos e veio a ordem para reforçar a promoção".

(Fonte: Diário de Cuiabá – 13/06/17)

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