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Linhas de crédito para o setor sucroenergético são discutidas no Senado

12 de Abril de 2019

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Em audiência pública realizada na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, o diretor-executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão, solicitou apoio do Legislativo a pautas importantes para o setor sucroenergético,como na transformação do ProRenova em um programa permanente.

De acordo com o executivo, a condição atual dos canaviais da região Centro-Sul indica que 35% da área de cana-de-açúcar disponível para colheita apresenta mais de cinco anos de idade, com enorme prejuízo a produtividade agrícola do setor.

“Nosso pleito aqui é tornar o ProRenova um programa permanente. Que ele tenha condições previsíveis ao longo dos anos, de forma que as usinas possam se programar adequadamente para a renovação de seus canaviais. Além disso, seria importante que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pudesse disponibilizar volumes suficientes para suprir o déficit anual de R$ 4 bilhões, o que permitiria uma renovação adicional de 500 mil hectares”, explicou o representante da ÚNICA.

Segundo Leão, esse incremento contribuiria para o atendimento às demandas previstas no Programa RenovaBio para os próximos anos.

Crédito

A audiência pública foi requerida pelo senador Luis Carlos Heinze, com o objetivo de discutir com as entidades que representam os produtores rurais e o governo federal, questões relacionadas ao crédito rural e ao seguro agrícola “Estamos juntos com os agricultores brasileiros e queremos ouvir os pleitos do setor e discutir melhores condições sobre o volume de crédito rural, taxas de juros e volumes de recurso para subvenção”, disse Heinze.

Para Eduardo Leão, linhas de financiamento para apoio a estocagem de etanol, que é produzido pelas usinas em oito meses, mas comercializado ao longo do ano todo, são de extrema importância. “O produtor de etanol é o único responsável pelo carregamento desse estoque na cadeia produtiva. Essa linha daria melhores condições para distribuir a oferta ao longo do ano, a custos mais razoáveis”, disse.

Durante a reunião, a ex-ministra da Agricultura e senadora, Kátia Abreu, ressaltou que o Brasil saiu da posição de importador de alimentos e se transformou no “maior exportador de quase todos os produtos mais importantes no mundo, como a soja, carne bovina e o frango”.

O representante da UNICA ressaltou que o açúcar também é um desses gigantes e, para que ele continue nesse patamar, alguns pleitos do setor precisam ser discutidos, como a inclusão da cana-de-açúcar no Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), além de uma linha de financiamento para construção de armazéns que não seja restrita aos produtores de grãos.

“Pelo fato de não ser possível estocar cana, a expansão dos armazéns de açúcar permitiria melhores oportunidades de negócios a essa commodity, benefício que seria automaticamente repassado aos fornecedores de cana, por meio do Consecana”, explicou Leão.

Participaram da Audiência Pública a presidente da comissão, senadora Soraya Thronicke; o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio Marques; o subsecretário de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Economia, Rogério Boueri Miranda; o superintendente Técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Bruno Barcelos Lucchi; o consultor de Crédito Rural da Organização das Cooperativas Brasileiras, Ademiro Vian; o vice-presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do RS, Alexandre Velho; e o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja, Bartolomeu Braz Pereira.

UNICA - 11/04/2019

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