16 de Janeiro de 2019
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O geólogo John Forman apresentou carta de renúncia à indicação ao conselho de administração da Petrobras, informou a estatal nesta quarta-feira. Indicado no início da semana pelo governo para participar do conselho, Forman agradeceu o convite e alegou razões de ordem pessoal para a recusa.
A decisão do geólogo foi tomada, segundo comunicado da estatal, “visando evitar qualquer tipo de constrangimento ou problema para a companhia, considerando as notícias veiculadas na imprensa, desde a indicação, sobre condenação em processo na CVM, que se encontra atualmente em discussão no judiciário”, diz o comunicado da Petrobras.
Forman foi condenado em 2016 pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por uso de informações privilegiadas. O caso, ocorrido em 2013, envolve a venda de ações da HRT Participações em Petróleo (hoje Petro Rio), empresa na qual foi conselheiro no período de novembro de 2009 a março de 2012. Ele foi condenado a pagar multa de R$ 338 mil, equivalente a duas vezes a perda estimada com a negociação dos papéis. O montante, que deveria ser pago em março de 2018, ainda não foi quitado, conforme informações da CVM.
O geólogo recorreu da decisão no Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, mas o pedido foi rejeitado em setembro de 2017. Depois disso, a defesa do geólogo entrou com uma ação no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) contra a CVM e a União alegando que o processo administrativo da CVM não respeitou os princípios da legalidade e da presunção de inocência. O processo ainda será julgado.
A informação sobre a desistência foi confirmada na terça-feira por Forman ao site especializado “epbr”. Em entrevista, ele disse ter sido perseguido pela imprensa, que teria a intenção de atingir o governo.
Forman ocuparia uma das três vagas abertas com a renúncia de conselheiros nomeados em 2018 pelo governo Michel Temer. As outras duas serão ocupadas pelo economista João Cox e pelo almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para presidir o conselho.
A indicação de Forman, Cox e Leal Ferreira é parte de um esforço do governo para renovar o conselho da estatal, indicando nomes mais alinhados com a nova gestão. Para isso, houve pressão para que conselheiros nomeados por Temer renunciassem ao cargo antes do fim do mandato, em 2020.
O colegiado tem 11 cadeiras, oito delas reservadas a representantes da União, duas para acionistas minoritários e uma para representante dos trabalhadores da companhia.
A Petrobras disse que o nome do novo indicado será divulgado ao mercado assim que enviado pelo acionista controlador.
Valor Econômico - 16/01/2019
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